O Ministério da Defesa e a Marinha da Argentina informaram, neste sábado (17), que localizaram o submarino ARA San Juan, que havia desaparecido há um ano no oceano Atlântico com 44 tripulantes a bordo. O submarino está em uma região de cânions a 800 metros de profundidade, a 600 quilômetros de distância da cidade de Comodoro Rivadavia, onde havia sido montado o centro de operações durante as buscas.
O local é o mesmo onde, na época do incidente, foi identificada “anomalia hidroacústica” semelhante a uma explosão. De acordo com o jornal “Clarín”, as primeiras informações oficiais são de que a estrutura naval está “achatada na proa e bastante intacta”.
A empresa norte-americana Ocean Infinity, contratada pelas autoridades de Buenos Aires por cerca de US$ 7,5 milhões, encontrou o submarino por meio de observação feita com um veículo operado por controle remoto. A equipe ainda rastreia e investiga a área. Ainda não há informações sobre como será feito o resgate da embarcação.
Relembre
O Ara San Juan sumiu no dia 15 de novembro de 2017, a caminho da base naval de Mar del Plata, quando retornava do porto de Ushuaia, onde havia sido utilizado em exercícios militares. Horas antes, um alerta do comandante já chamava a atenção para uma falha técnica provocada pela entrada de água por meio de um conduto de ventilação. O vazamento atingiu o setor de baterias elétricas, causando um princípio de incêndio.
Embora a Marinha argentina tenha garantido em várias ocasiões que esse problema foi corrigido e que o submarino continuou navegando em direção ao seu destino original, o certo é que seu rastro se perdeu e a embarcação nunca chegou ao porto onde deveria ter atracado no dia 19 de novembro.
Em meio a uma série de informações desencontradas, boatos e especulações, diversas agências internacionais de notícias reproduziram relatos de uma explosão ocorrida horas depois do desaparecimento do submarino, perto da área onde as comunicações com a tripulação haviam sido interrompidas.
A partir de então, começou-se uma intensa operação de busca, que contou com a ajuda de vários países. Nos primeiros meses de varredura, os trabalhos haviam se limitado a 430 quilômetros do litoral, em torno de uma região na qual havia sido detectada a explosão.
Os parentes dos desaparecidos criticam duramente a gestão do governo argentino tanto no que diz respeito ao desaparecimento como à posterior operação da Ocean Infinity. A empresa é conhecida também por ter participado da até hoje infrutífera busca pelo avião da Malaysia Airlines, desaparecido em 2014.
Depois de dois meses de buscas, nos últimos dias a companhia chegou a informar que abandonaria as tarefas em alto-mar nesta semana, com previsão de retorno somente em fevereiro do ano que vem, porque o navio Seabed Constructor – de onde é comandada a procura pelo ARA San Juan – seguiria para a África do Sul para reparos. Mas as novas imagens do objeto no fundo Atlântico fez com que a missão retornasse à área para a continuidade das buscas.
Recentemente, uma autoridade do alto escalão do governo argentino revelou que o submarino não realizava somente manobras de treinamento, mas também espionagem de navios britânicos na região – a Inglaterra detém a posse das Ilhas Malvinas, nas imediações da Patagônia.
