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Um juiz pediu a prisão preventiva para Cristina Kirchner por receber propinas

Candidata a vice, a ex-presidente é articuladora da campanha de Alberto Fernández. (Foto: Reprodução)

A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner foi alvo de um pedido de prisão preventiva nesta segunda-feira (17), por parte de um juiz federal do país, sob a acusação de ter recebido propinas milionárias de empresários do setor de construção civil por obras públicas realizadas em seus dois mandatos e no anterior, de seu marido, Néstor Kirchner – que morreu em outubro de 2010. As informações são da agência de notícias Efe.

No entanto, como atualmente é senadora e tem foro privilegiado, a ex-governante não poderá ser detida, a menos que dois terços dos colegas de Senado aprovem a perda de sua imunidade.

Fontes ligadas ao processo judicial disseram à Agência Efe que o juiz responsável pelo caso, Claudio Bonadio, pediu a prisão de Cristina, de outros ex-integrantes do governo e de empresários suspeitos de pagar propina por “formação de quadrilha”.

Entre estes empresários está Angelo Calcaterra, primo do atual presidente, Mauricio Macri, que declarou ter recebido pressões para fazer pagamentos ilegais em prol do financiamento de campanhas eleitorais kirchneristas.

Desde que o escândalo de corrupção veio à tona, no começo de agosto, vários empresários e ex-funcionários do governo acusados fizeram acordos de delação premiada e reconheceram a existência das propinas e o envolvimento de Cristina e Néstor em esquemas escusos.

“Era algo que estávamos esperando, habituados a um Bonadio que não está exercendo seu papel de juiz independente, mas de juiz arbitrário, fora do estado de direito”, disse à Agência Efe o advogado da ex-presidente, Gregorio Dalbón.

De acordo com ele, o juiz – que em dezembro do ano passado tinha perdido a perda da imunidade de Cristina, o que não se consumou – está “comungando com as corporações midiáticas” e com o atual governo para “continuar perseguindo a líder da oposição”.

No fim de agosto, Bonadio disse ter chegado à conclusão de que Néstor e Cristina Kirchner foram, ao lado do ministro da pasta responsável por obras públicas, Julio de Vido, os “verdadeiros beneficiados” por uma rede de propinas em seus mandatos no governo.

O caso surgiu devido às anotações, fotos e filmagens feitas por Oscar Centeno, motorista de De Vido e do subsecretário de Coordenação de sua pasta, Roberto Baratta. Este material aponta para a existência de uma “organização criminosa” formada por funcionários públicos e comandados por Néstor e Cristina Kirchner, além de Julio de Vido.

Bonadio acredita haver indícios de que Baratta e outros funcionários do ministério comandado por De Vido fizeram pagamentos de propinas a várias pessoas e que eles eram levados, “na maioria das oportunidades, em veículos dirigidos por Centeno.

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