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Um ministro do Supremo rejeitou mais um pedido de liberdade de Lula

Fachin afirmou que os magistrados têm que deixar as convicções pessoais para “o lado de fora da sala de julgamento”. (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

O ministro Luiz Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), rejeitou na quinta-feira (10) mais um pedido de liberdade apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o mês passado.

Fachin negou seguimento ao pedido, ou seja, entendeu que não sequer poderia ser analisado. Lula ainda pode recorrer à Segunda Turma do Supremo. Mais cedo, também na quinta, a Turma rejeitou por unanimidade um pedido da defesa de Lula, em julgamento virtual.

O novo recurso de Lula foi apresentado contra decisão da Quinta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que, em março, negou habeas corpus ao ex-presidente. Na prática, se o pedido fosse aceito, impediria a prisão do petista.

No mês passado, o ministro Humberto Martins, vice-presidente do STJ, enviou o processo, de 2 mil páginas, para o Supremo. O caso foi registrado somente nesta quinta no sistema processual do STF.

Argumentos da defesa

Os argumentos da defesa do ex-presidente foram apresentados ao STJ em janeiro deste ano. A defesa diz que não há necessidade de prisão antes de uma condenação definitiva porque o ex-presidente não é perigoso e não cometeu ato que possa ser considerado risco ao desenvolvimento do processo.

“Não se verifica, com base na observação de elementos concretos, qualquer razão que justifique a necessidade da execução provisória da pena”.

A defesa apontou, ainda, que Lula é primário e de bons antecedentes criminais; responde pelo cometimento de crimes não violentos; tem 72 anos de idade; e exerceu o posto de mandatário da nação por duas vezes, tendo implementado diversas políticas de prevenção e repressão à criminalidade organizada e à prática de crimes econômicos e financeiros.

O ex-presidente já teve um habeas corpus negado pelo plenário do Supremo no começo de abril, por seis votos a cinco.

Prisão de Lula

Lula foi condenado pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da Quarta Região), segunda instância da Justiça responsável pela Lava-Jato, a 12 anos e 1 mês de prisão, em regime inicialmente fechado.

A condenação se deu no processo relacionado ao triplex em Guarujá (SP). Lula se diz inocente.

Segunda Turma

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal rejeitou, por unanimidade, conceder liberdade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o mês passado.

O julgamento do pedido de Lula, em plenário virtual, começou no último dia 4, e os ministros da Turma tinham até as 23h59 de quinta (10) para apresentar os votos.

Votaram contra conceder liberdade a Lula: Luiz Edson Fachin (relator); Dias Toffoli; Gilmar Mendes; Ricardo Lewandowski; Celso de Mello. Até a quarta-feira, quatro ministros já haviam votado. O último a entregar o voto foi Celso de Mello, concluindo o julgamento.

Responsável por analisar o pedido da defesa de Lula, Fachin enviou a decisão para o plenário virtual da Segunda Turma. Geralmente, os processos incluídos nesse plenário são aqueles que demandam menos discussão e costumam seguir o entendimento consolidado do STF.

Pelas regras, Fachin deveria ser o primeiro a inserir o voto no sistema e, a partir daí, os outros ministros da Turma teriam as seguintes opções: concordar com o relator; acompanhar o relator com ressalva de entendimento; discordar do relator.

Antes mesmo de enviar o caso para julgamento, Fachin já havia negado o pedido por considerar que a existência de embargos de declaração pendentes não impedia a execução da pena.

No processo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também defendeu que recursos apresentados a tribunais superiores não impedem a prisão.

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