“Tuas ideias não correspondem aos fatos. O tempo não para. Eu vejo o futuro repetir o passado. Eu vejo um museu de grandes novidades.” Podemos dizer que as frases de Cazuza resumem o governo do interino de Temer? Aparentemente estamos diante de um daqueles momentos nos quais apesar de todas as evidencias e explicações só resta perguntar: “quer que desenhe?”
Dia sim e no outro também o governo interino vem acumulando denuncias que levam a conclusão de que as votações de impeachment contra Dilma Roussef foram armadas com antecedência e frieza, já que muitos que hoje estão no governo Temer deixaram ministérios e lideranças da presidente afastada dias, horas antes de assumirem devendo obediência a outro líder.
Caso do gaúcho Eliseu Padilha que nem deixou esfriar sua cadeira de Ministro de Dilma e já sentava solenemente como ministro do núcleo de poder de Temer. As provas estão nas ‘conversas’ com lideres de seu partido com o ex-senador pelo PMDB Sérgio Machado.
Dilma sofreu a primeira derrota em 17 de abril naquele circo montado pelo réu Eduardo Cunha, acompanhado de dezenas de investigados e ou indiciados pela Lava-Jato. Agora com as gravações de Machado ficou claro evidente explícito que tudo estava sendo urdido nos bastidores com a cúpula do PMDB de Michel Temer. Aliás, curioso que todos os grandes líderes do partidão foram gravados pelo ex-senador menos o vice-presidente. Curioso não?
A propósito, segundo relatos temer teria irritado batido na mesa e afirmado que já “tratou com bandido” quando foi secretário de Segurança de São Paulo, e que portanto saberá governar. Olhando as fotos de seu ministério a afirmação faz todo o sentido.
Ontem, domingo, apesar de todas as trágicas afirmações de complô contra Dilma reveladas nas gravações de Machado com Jucá, Renan e Sarney, tudo parecia calmo até o Fantástico na Globo revelar mais um absurdo: Fabiano Silveira, responsável pelo combate à corrupção, ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, foi gravado dando aula a suspeitos de desvios sobre como se livrar da Lava-Jato. Advogado, Fabiano distribuiu seus ensinamentos ao próprio Machado e a Renan Calheiros, padrinho de sua nomeação para o ministério de Temer.
Impossível não lembrar ainda a divulgação por equívoco do próprio Michel Temer no dia 11 de abril de um discurso de posse na presidência antes do impeachment votado na Câmara. O áudio, de cerca de 14 minutos, ddeu a impressão de ser um comunicado dele ao “povo brasileiro” sobre como pretendia conduzir o país, de forma transitória ou não. O que precisa mais para ficar claro que houve sim uma trama entre as maiores autoridades do País, incluindo segundo Romero Jucá integrantes das Forças Armadas e Supremo Tribunal Federal?
Volto a letra do Cazuza; “Eu sou um cara cansado de correr na direção contrária. Mas se você achar que eu tô derrotado, saiba que ainda estão rolando os dados!”.
