Cansado da violência sem sentido, o norte-americano Rashawn Welch pretende acabar com a circulação de armas nas ruas de Miami. O homem, de 48 anos, é dono do negócio de locação de carros de luxo “305 Elite”, e está oferecendo a qualquer pessoa uma noite na cidade em um de seus carros para qualquer um que entregue uma arma. Entre os veículos, há Lamborghinis, Bentleys e Ferraris.
Welch esteve preso durante cinco anos e acredita que, ao contar a sua história, consiga que os jovens se sintam familiarizados e queiram fazer parte do projeto. Ele disse que decidiu pela iniciativa depois de notar uma tendência alarmante entre alguns de seus clientes.
“Só estou tentando tirar armas da rua, não importa o que aconteça. As mesmas crianças que eu aluguei carros estavam sendo apanhadas (no crime)”, disse à CNN Welch, que trabalha em conjunto com o Departamento de Polícia de Miami Gardens.
Um rapaz do ensino médio já acertou a troca. O estudante tinha uma AR-15 e decidiu entregar a arma por um Rolls-Royce Ghost de 2015. O jovem, que não teve o nome revelado, pretende ir à festa de formatura com o veículo que custa cerca de 2,9 milhões de reais dirigido por um motorista particular.
O dono da empresa explica que este tipo de serviço custaria cerca de mil dólares (o equivalente a 3.580 reais), mas que com este propósito vale o investimento.
“Se eu tiver que ceder 100 carros por 100 armas, então é isso que eu vou fazer”, afirmou o ativista.
Livro
David e Lauren Hogg, dois dos estudantes da Flórida que empreenderam uma campanha contra a venda livre de armas nos Estados Unidos, lançarão um livro sobre o ativismo nascido após o ataque a tiros em sua escola em Parkland.
O livro terá o título “#NeverAgain, a new generation draws the line” (#NuncaMais, uma nova geração impõe o limite) e será lançado em inglês em 5 de junho, informou a Penguin Random House.
David Hogg, de 18 anos, e sua irmã Lauren, de 14 anos, sobreviveram ao ataque de 14 de fevereiro à escola Marjory Stoneman Douglas, em que Nikolas Cruz,de 19 anos, matou 17 pessoas e feriu outras 17 com um fuzil de assalto AR-15 comprado legalmente.
Após o ataque, os Hogg, junto com um grupo de colegas da escola, iniciaram o movimento #NeverAgain (Nunca Mais), que deu uma sacudida ao até então adormecido debate sobre a venda de armas em um país onde sua posse é um direito garantido pela constituição.
“Com força moral e clareza, uma nova geração deixou claro que está em suas mãos resolver problemas antes considerados insolúveis devido a poderosos lobbies e covardia política”, disse a editora em um comunicado.
David Hogg escreveu no Twitter que ele e sua irmã usarão “o dinheiro do livro para ajudar a curar a comunidade” após o ataque.
O jovem, que aspira a ser jornalista, estava escondido em um armário durante o massacre, quando seu instinto o levou a filmar entrevistas a outros estudantes com que se escondia. Desde então, tem sido um dos protagonistas do movimento contra as armas.