Ícone do site Jornal O Sul

Um relatório da Fifa detalha a rotina de benesses luxuosas para Ricardo Teixeira com a corrupção no futebol

Ricardo Teixeira é acusado de envolvimento com propinas da ISL. (Foto: Marcello Casal Jr/ABr)

O chamado “Relatório Garcia”, divulgado nesta terça-­feira (27) pela Fifa, reforça as suspeitas de recebimento de propina por parte de Ricardo Teixeira para ajudar a eleger o Catar como sede da Copa do Mundo de 2022.

Em mais de 350 páginas, o documento também dá detalhes da rotina luxuosa de que o ex-­presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) desfrutava como membro do Comitê Executivo da Fifa.

Esse segundo cargo fazia de Teixeira uma figura cortejada no jogo político do futebol mundial, devido a sua influência sobre seus pares na Confederação Sul­Americana de Futebol (Conmebol).

As investigações conduzidas pelo advogado e juiz norte­americano Michael J. Garcia se concentraram nesse processo licitatório para sedes dos Mundiais de 2018 e 2022, revelando detalhes dos mimos direcionados ao brasileiro. Ele foi citado 89 vezes no relatório.

O relatório de Garcia dá os custosos detalhes que sobre a passagem de Ricardo Teixeira pelo Catar em novembro de 2010, quando Brasil e Argentina fizeram um amistoso.

De acordo com informações do hotel Four Seasons, uma suíte com diária de aproximadamente US$ 5.500 foi reservada para acolher o dirigente e sua família. Eles ficaram hospedados por quatro dias. Comparando, o craque Lionel Messi ficou em cerca de US$ 300.

Os organizadores do amistoso estavam preocupados em dar tratamento “TOP VVIP” (melhor tratamento para uma “pessoa muito, muito importante”), segundo correspondência obtida pelo investigador.

Os US$ 22 mil pagos em hospedagem para Teixeira, sua mulher e sua filha não incluem mais despesas arcadas para refeições e outros serviços. Uma Mercedes S­Class foi reservada para a mulher do dirigente, que se deslocava por Doha em outro veículo. Os organizadores se preocuparem em pedir ao hotel “dois de seus cinco melhores motoristas” ficassem à disposição do casal.

Registros do hotel indicam que todas as despesas de Ricardo Teixeira ficariam sob a responsabilidade da “Campanha 2022”, enquanto os quartos dos jogadores brasileiros seriam pagos pela Kentaro, empresa suíça de marketing esportivo que detinha os direitos de comercialização dos amistosos da seleção.

A federação catariana organizou clássico sul­-americano em Doha. O jogo produziu mais suspeitas em relação à conduta de Teixeira como dirigente da Fifa. O “Relatório Garcia” indica sobrepreço na quantia paga à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e à Associação de Futebol Argentino (AFA). (Folhapress)

Sair da versão mobile