Um terremoto de 7,1 graus de magnitude na escala Richter atingiu o Peru na manhã desta sexta-feira (24) e foi sentido no Brasil e no Chile. O epicentro do tremor foi registrado a 609,5 quilômetros de profundidade e a 250 quilômetros da cidade de Puerto Maldonado, perto da fronteira com o Brasil, de acordo com o USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos). Não há relatos de feridos.
O tremor foi sentido em Rio Branco, às 4h no horário local (6h pelo horário de Brasília). Nas redes sociais, várias pessoas relataram que sentiram as paredes balançarem e que ficaram assustadas. Em Rondônia, moradores falaram sobre o susto de acordar de madrugada com o tremor. Não foram registrados estragos.
Também houve relatos peruanos sobre tremores na cidade de Pucallpa, a noroeste do epicentro do terremoto, e de chilenos sobre abalos em Arica, no Chile. Nenhum alerta de tsunami foi emitido pelo Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico, e o serviço de bombeiros do Chile disse que o tremor não tinha o potencial de gerar um tsunami na costa chilena.
Venezuela
Um terremoto de 7,3 graus de magnitude atingiu a costa Norte da Venezuela no final da tarde de terça-feira (21), segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos. O tremor, cujo epicentro ocorreu perto da cidade de Guiria, foi sentido em Caracas, onde edifícios sacudiram. Há também relatos de que ele foi sentido no na Região Norte do Brasil, em Boa Vista e Manaus, bem como na Colômbia.
O ministro venezuelano da Administração Interna, Justiça e Paz, Néstor Reverol, disse que não há informações sobre vítimas e que entrou em contato com governadores para fazer uma avaliação de danos e analisar as necessidades.
“Ativamos todo o sistema de gerenciamento de risco “. Na manhã de quarta-feira (22), um novo tremor de 5,8 graus de magnitude atingiu o país. Segundo o jornal local El Universal, pessoas saíram de edifícios de Caracas por precaução.
Manaus
O último grande terremoto que atingiu a região próxima a Manaus foi registrado em agosto de 1983, com magnitude de 5,5 graus na escala Richter. Depois disso, apenas tremores menores foram observados na capital do Amazonas.
Segundo Marcelo Assumpção, professor de geofísica e membro do Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo), os tremores de terra são raros na região porque o Estado do Amazonas se encontra sobre uma parte estável da placa tectônica Sul-Americana.
“Os tremores que ocorrem perto de Manaus são chamados tremores interplaca. Ocorrem no interior da placa, são menos frequentes e tendem a ter magnitude menor”, explica Assumpção. “Quando o terremoto é mais profundo, seus efeitos são sentidos em maiores distâncias”, diz o professor. “Outros tremores menores ou réplicas dele também podem acontecer. Um terremoto grande não libera toda a pressão que estava presa no interior da Terra na primeira vez.”