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Uma eventual delação premiada do doleiro Lúcio Funaro tem poder explosivo em Brasília. Em particular, no núcleo do governo Temer e do PMDB

Doleiro agia como operador do PMDB e era ligado ao deputado cassado Eduardo Cunha. (Foto: Divulgação)

Uma eventual delação premiada de Lúcio Funaro, conforme anunciou o advogado Cezar Bittencourt (que deixou a defesa do doleiro na quarta-feira), tem poder explosivo em Brasília. Em particular, no núcleo do governo Temer e do PMDB. Basta observar que, na relação de 82 perguntas que a Polícia Federal encaminhou ao presidente Temer, há um capítulo reservado para as relações de Funaro com as campanhas de Temer.

Lúcio Funaro tinha, ao mesmo tempo, relações com Joesley Batista, dono da JBS, e com o deputado cassado Eduardo Cunha. Foi por meio de Cunha que Funaro se aproximou da cúpula do PMDB, especialmente de Temer. Neste grupo, também entrou Rodrigo Rocha Loures, flagrado carregando uma mala com R$ 500 mil e preso pela Polícia Federal. Além do convívio com o poder atual, Lúcio Funaro também foi citado no escândalo do mensalão.

Delação

A delação do operador tem o potencial de complicar ainda mais a situação do presidente Michel Temer. “Deixei o caso Funaro porque ele começou a negociar delação premiada. Minha decisão foi uma questão de foro íntimo”, afirmou o advogado. Bitencourt também defende Loures, ex-assessor especial de Temer flagrado com uma mala cheia de propina. O criminalista diz ser contra a delação premiada, mas acrescenta que a defesa de seus clientes é prioridade. A delação de Lúcio Funaro geraria conflitos de interesse para o advogado.

Após as delações de executivos da JBS, Funaro foi alvo de um segundo mandado de prisão preventiva, expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal  Edson Fachin. Roberta Funaro, irmã do operador, também foi presa no dia 18 de maio depois de ser flagrada recebendo uma mala com R$ 400 mil.

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