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Uma fraude contra o INSS tinha criança “inventada”

Segundo a PF, pelo menos seis pessoas participavam do bando. São advogados, falsificadores e empresários. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Uma suposta quadrilha acusada de fraudar o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social, desmantelada pela PF (Polícia Federal), usava “crianças falsas” para conseguir benefícios irregulares no Rio de Janeiro. De acordo com as investigações, que resultaram na Operação Anjos, o grupo usava documentos falsos para simular casamentos entre pessoas já falecidas. Depois, apresentava certidões de “nascimento” de supostos filhos do casal (que não existiam) para conseguir a pensão.

Segundo a PF, pelo menos seis pessoas participavam do bando. São advogados, falsificadores e empresários. Ao menos cinco suspeitos haviam sido presos preventivamente até o fim da tarde da última quinta-feira (26). Os beneficiários das fraudes recebiam a pensão sempre em seu valor máximo. O prejuízo estimado é de R$ 12 milhões.

O grupo que inventava crianças era investigado desde 2015. “Criava” pessoas com certidões de nascimento e documentos de identidade falsos. Também foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 6ª Vara Federal Criminal do Rio, na capital fluminense, Nilópolis, Mesquita e Nova Iguaçu. Em um dos endereços, segundo a delegada Simone Soares, foram encontrados álbuns com fotos 3×4 de crianças e adultos.
“Elas seriam utilizadas para criar pessoas que seriam as beneficiárias da pensão e também para abrir contas em banco, fazer cartões”, disse a delegada.

O delegado Paulo Teles explicou que havia duas vantagens para a quadrilha ao inventar crianças, sempre após dois anos da “morte” do casal fictício: “a primeira era que o grupo conseguiria o benefício retroativo relativo a esse período, a outra era que, por ser criança, a pessoa poderia receber a pensão por mais tempo”.

Documentos falsos

Em outra fraude contra o INSS, a Polícia Federal estima que os desvios chegaram a R$ 14 milhões. Na operação Sepulcro Caiado, foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão e três de prisão em diversos Estados.

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