Faltando sete meses para as eleições presidenciais, nenhum dos pré-candidatos vinculados ao governo e ao cenário político conta com taxa de aprovação superior a dois dígitos, segundo a pesquisa de opinião pública “Barômetro Político”, realizada todos os meses pelo instituto Ipsos.
O presidente Michel Temer, que cogita não confirma – mas também não nega – a intenção de concorrer a um segundo mandato pelo MDB, é aprovado por apenas 4% da população, de acordo com o levantamento do Ipsos. Elaborada na primeira quinzena do mês passado, a pesquisa não pode captar os efeitos da intervenção federal na área da segurança pública do Rio de Janeiro.
O chefe do Palácio do Planalto vê na medida uma maneira de ampliar a sua popularidade e, assim, aumentar as suas chances na primeira eleição presidencial que pretende disputar como cabeça de chapa – nos pleitos de 2010 e 2014, ele concorreu (e venceu) como vice da petista Dilma Rousseff, afastada pelo processo de impeachment em 2016.
A intervenção no Rio foi anunciada poucos dias antes da derrota, na Câmara dos Deputados, da principal bandeira da atual gestão federal, a reforma da Previdência. Temer segue com 93% de reprovação
Mais candidatos
Outro possível representante do atual governo na campanha presidencial, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), é aprovado por apenas 5% da população. Meirelles está em tratativas para mudar de partido e disse que faz pesquisas para medir seu potencial de votos.
O ministro tem como trunfo a volta do crescimento do PIB em 2017, após dois anos de retração – mas a taxa de expansão da economia foi de apenas 1%, e o desemprego voltou a crescer em janeiro. “A melhora dos indicadores econômicos ainda não alterou o dia a dia das pessoas”, observou o diretor do Ipsos, Danilo Cersosimo.
Representante do centro político, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), deve anunciar nesta semana sua candidatura à Presidência. Segundo o Ipsos, ele tem taxas de aprovação, desaprovação e desconhecimento similares às de Meirelles – 4%, 69% e 27%, respectivamente.
No PSDB, que se afastou de Temer no final do ano passado, Geraldo Alckmin é aprovado por 20% dos eleitores, e desaprovado por 68%. As taxas do atual governador de São Paulo pouco oscilaram nos últimos três levantamentos divulgados pelo instituto.
Já o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem taxas um pouco melhores que as de Alckmin: aprovação de 24% – oscilação de três pontos para cima desde o levantamento anterior – e desaprovação de 58%.
A pesquisa Ipsos não é de intenção de voto. O que os pesquisadores dizem aos entrevistados é o seguinte: “Agora vou ler o nome de alguns políticos e gostaria de saber se o (a) senhor(a) aprova ou desaprova a maneira como eles vêm atuando no País”. O Ipsos ouviu 1,2 mil pessoas em 72 municípios do País, entre os dias 1º e 16 de fevereiro. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos.