O Portal dos Desaparecidos divulgou um cartaz com a foto da turista gaúcha Merce Maria Liberali Lazzaretti, 67 anos, que está desaparecida desde a noite de quarta-feira. Ela sumiu após fazer compras no shopping Rio Sul, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
O grupo da Merce, que estava hospedado em um hotel no Centro, combinou de ir ao centro de compras e depois sair para jantar, antes de retornar para o Rio Grande do Sul. De acordo com os depoimentos registrados pela 10ª Delegacia de Polícia, em Botafogo, uma empresa de turismo foi buscar a turma por volta das 21h, mas a idosa não apareceu. Os turistas esperaram até às 23h30min, sem que a situação se modificasse.
Segundo conhecidos, Merce possui demência frontotemporal, doença que atinge o comportamento e cria dificuldade com números. O seu telefone celular está desligado e o carregador voltou com a sua bagagem. A idosa tem olhos verdes e cabelo curto. No momento de seu desaparecimento, ela vestia blusa azul e uma bermuda cinza, além de carregar uma bolsa também azul.
Quem tiver qualquer informação a respeito do caso, pode entrar em contato por meio dos seguintes canais: Whatsapp ou Telegram do Portal dos Desaparecidos (21-98849-6099), Central de Atendimento do Disque Denúncia (21-2253-1177) e mensagem inbox para a página www.facebook.com/desaparecidosdd.org. Outro recurso é o aplicativo Disque Denúncia RJ. Todas as informações serão encaminhadas à DDPA (Delegacia de Desaparecidos) e à 10ª DP de Botafogo.
Estatística
De 2007 a 2016, 693.076 boletins de ocorrência foram registrados por desaparecimento no Brasil, segundo dados inéditos compilados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em um estudo feito a pedido do Comitê internacional da Cruz Vermelha e divulgado no ano passado.
Em média, 190 pessoas desapareceram por dia nos últimos dez anos, ou oito indivíduos por hora. Somente em 2016, a estatística oficial aponta 71.796 desaparecimentos.
Em números absolutos, São Paulo lidera as estatísticas, com 242.568 registros de desaparecimentos de 2007 a 2016, seguido por Rio Grande do Sul, com 91.469, e Rio de Janeiro, com 58.365. Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná e Roraima não passaram os dados completos de todos os últimos dez anos.
O Distrito Federal concentra a maior taxa relativa de registros desse tipo: 106 por 100 mil habitantes. Segundo especialistas, a razão é simples: embora não registre um número maior de desaparecidos do que os outros Estados, essa unidade da federação tem um banco de informações que interliga os órgãos, como hospitais, asilos, institutos médicos legais, serviços de verificação de óbito, entre outros, considerado por especialistas um ponto-chave para entender e combater o desaparecimento no País.
“As pessoas estão desaparecendo, e não há uma preocupação em cruzar os dados. Uma pessoa registrada como desaparecida pode aparecer em outro boletim de ocorrência como morte decorrente de intervenção policial, mas esse dado não é cruzado e não se chega à conclusão de que ela foi encontrada morta, por exemplo”, frisou na ocasião a consultora Olaya Hanashiro, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “Ninguém estava olhando para esse fenômeno para além do período da ditadura militar. E o desaparecimento não deixou de ocorrer no cotidiano da população.”