A indiana Glenmark Pharmaceuticals Ltd anunciou nesta quarta-feira (22) que sua versão do antigripal favipiravir se mostrou promissora em um teste de estágio avançado com 150 pacientes com infecções por coronavírus entre leves e moderadas.
Dados mostraram que os pacientes que receberam FabiFlu se livraram do vírus aproximadamente 29% mais rápido do que aqueles que receberam cuidados padrões.
Cerca de 70% dos pacientes sendo tratados com o remédio obtiveram uma “cura clínica” até o quarto dia do estudo – no grupo de cuidados padrões foram cerca de 45%, disse a empresa em um comunicado.
A cura clínica é definida como a avaliação médica da normalização dos sinais clínicos da Covid-19, como temperatura, saturação de oxigênio, frequência respiratória e tosse.
O FabiFlu também foi bem tolerado, sem causar efeitos adversos graves ou mortes no grupo de tratamento, disse a empresa, acrescentando que planeja submeter os dados do estudo à revisão da comunidade científica nas próximas semanas.
No mês passado, a Glenmark recebeu aprovação regulatória da Índia para fabricar e vender o FabiFlu para uso emergencial restrito em pacientes com sintomas de Covid-19 entre leves e moderados, e na semana passada reduziu o preço do medicamento para o equivalente a 1,01 dólar por comprimido.
Japão
O Japão aprovou, na terça-feira (21), dois medicamentos para tratar a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Uma delas é um antiviral experimental (que não havia sido aprovado de forma definitiva para tratar nenhuma doença em lugar nenhum) chamado remdesivir, de origem americana. Ele conseguiu melhorar o tempo de recuperação de pacientes com Covid-19, e já havia sido aprovado de forma emergencial para tratar a infecção nos Estados Unidos. O remédio não está à venda.
A segunda substância é um corticoide barato e de uso amplo, a dexametasona, que, em um estudo britânico, mostrou eficácia em casos graves, diminuindo a taxa de mortalidade de pacientes intubados em um terço.
O remédio, entretanto, NÃO mostrou benefícios em pacientes que não precisaram de suporte de oxigênio. Ou seja, não se mostrou eficaz em casos leves e nem como prevenção. Em casos leves, a substância pode, inclusive, piorar o quadro. Por isso, especialistas recomendam NÃO usar o remédio por conta própria.
Remédios russos
A Rússia foi outro país a aprovar, nas últimas semanas, dois antivirais para tratar a Covid-19. Um deles teve o licenciamento anunciado por uma farmacêutica no início deste mês.
O outro, aprovado no começo de junho, é uma versão modificada de um remédio japonês, e começou a ser entregue no dia 11 do mês passado aos hospitais do país, segundo o Fundo Russo de Investimento Direto.