A UE (União Europeia) inseriu na terça-feira (14) a Rússia e outros três – Ilhas Virgens Britânicas, Costa Rica e Ilhas Marshall – na lista de nações e territórios ultramarinos considerados paraísos fiscais.
Segundo nota divulgada pelo conselho dos ministros de Economia, após um exame da “legislação russa adotada em 2022”, verificou-se que “a Rússia não cumpriu com seu compromisso de corrigir os aspectos negativos de um regime especial para as holdings internacionais”.
“Além disso, o diálogo com a Rússia sobre as questões fiscais foi interrompido com a contínua agressão russa contra a Ucrânia”, pontuou ainda a instituição.
Com isso, as quatro nações se somam a Samoa Americana, Anguilla, Bahamas, Fiji, Guam, Palau, Panamá, Samoa, Trinidad e Tobago, Turks e Caicos, Ilhas Virgens Americanas e Vanuatu como “países que não cooperam em fins fiscais”.
“Pedimos a todos os países elencados que melhorem os seus quadros jurídicos e adaptem-se para respeitar os padrões internacionais em matéria fiscal. Ao mesmo tempo, parabenizo firmemente a Macedônia do Norte, Barbados, Jamaica e Uruguai que respeitaram com sucesso os seus compromissos e foram removidos do documento”, disse a ministra das Finanças da Suécia, país que preside rotativamente a UE, Elisabeth Svantesson.
A lista atual inclui tanto as nações que não iniciaram um “diálogo construtivo” com o bloco europeu sobre governança fiscal como as que não respeitaram compromissos assumidos para fazer reformas no setor.
Um dos principais efeitos da inclusão na lista de paraísos fiscais é uma piora na possibilidade de realizar acordos comerciais com o bloco.
Navios táticos
Em outra frente, a Rússia começou a posicionar navios táticos com armas nucleares no Mar Báltico pela primeira vez em 30 anos, informou o Serviço de Inteligência Norueguês em seu relatório anual, enquanto os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) discutem formas de acelerar o fornecimento de armas e munições à Ucrânia e devem analisar o pedido de Kiev por caças para resistir à ofensiva das forças de Moscou.
“A parte principal do potencial nuclear está nos submarinos e navios de superfície da Frota do Norte”, afirmou a inteligência norueguesa no relatório, segundo o qual esse tipo de movimentação acontecia regularmente durante a Guerra Fria, mas é a primeira vez que a moderna Federação Russa faz o mesmo.
Embora a Rússia também tenha capacidades submarinas, cibernéticas e armas antissatélite que podem ameaçar a Noruega e a aliança militar ocidental, os dispositivos nucleares táticos são “uma ameaça particularmente séria em vários cenários operacionais nos quais os países da Otan podem estar envolvidos”, disse o relatório. As informações são da agência de notícias Ansa e do jornal O Globo.