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USP oferece curso de adaptação com aulas gratuitas de geografia do Brasil para refugiados

A ideia das aulas de geografia surgiu quando um professor que dá aulas de português como voluntário para refugiados há quase um ano percebeu que seus alunos conheciam pouco sobre São Paulo e o Brasil, mas que tinham muito interesse em saber mais. (Foto: Reprodução)

O Departamento de Geografia da USP (Universidade de São Paulo)  está oferecendo aulas semanais de geografia a refugiados, ministradas desde agosto, com o intuito de ajudá-los a compreender melhor o contexto brasileiro, auxiliando em sua adaptação no país.

O curso já teve 63 interessados de 17 nacionalidades e faixas etárias diferentes: crianças e adultos sírios, nigerianos, congoleses, camaronenses, venezuelanos, haitianos, egípcios, bolivianos, entre outros.

“Recentemente recebemos uma senhora síria que havia chegado ao Brasil há apenas dois dias. Há também crianças pequenas e de colo e, para atendê-las, os voluntários sempre trazem lápis de cor e brinquedos”, contou ao USP Online Destaque o professor Luís Antônio Bittar Venturi, idealizador e coordenador do projeto.

A ideia surgiu quando o professor, que dá aulas de português como voluntário para refugiados há quase um ano, percebeu que seus alunos conheciam pouco sobre São Paulo e o Brasil, mas que tinham muito interesse em saber mais.

“Fiquei muito surpreso com este interesse, porque aprender a geografia do país não é prioridade para quem está passando por dificuldades, para a pessoa que precisa aprender português e conseguir um emprego, um lugar pra morar”, disse ele.

Os principais desafios do curso no momento são a língua e encontrar assuntos sobre a geografia do Brasil que sejam relevantes para um refugiado. Nas salas de aulas se fala o inglês e o francês, principalmente, mas também se ouve árabe e espanhol.

Além disso as dúvidas extrapolam a matéria dada: “Eles nos perguntam muito sobre como funciona o processo de ingresso na universidade no caso deles, também sobre revalidação do diploma, cursos de línguas, tradução de currículos e até mesmo se conhecemos lugares que estão empregando”, contou a voluntária Luciana Niro de Souza Passos.

O curso também busca promover atividades culturais, já foram realizadas vistas à Pinacoteca, Instituto Butantan e à praça Benedito Calixto. No final do curso, em novembro, farão uma excursão pela Baixada Santista, para conhecerem a Serra do Mar, o porto de Santos e o complexo petroquímico de Cubatão. (Opera Mundi)

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