Um estudo divulgado nesta quarta-feira (27) pelo governo do Rio Grande do Sul estima que as vidas de 4,2 mil idosos gaúchos foram poupadas por ano, graças à vacinação contra covid. A estimativa tem por base a comparação da taxa de mortalidade por 100 mil pessoas no grupo com dose de reforço, em relação ao grupo com esquema primário completo há mais de 120 dias mas com o reforço em atraso.
A informação consta no Boletim Epidemiológico, realizado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde, vinculado à Secretaria Estadual da Saúde (SES), que analisou dois cenários, em três faixas etárias: 12 a 39 anos, 40 a 59 anos e 60 anos ou mais, sendo que esse último segmento apresentou o maior número potencial de vidas preservadas.
O primeiro cenário traz razões de riscos entre taxas de mortalidade por 100 mil pessoas-ano, conforme a situação vacinal, por faixa etária; e o número potencial óbitos evitados caso toda a população estivesse com dose de reforço, em comparação com um cenário no qual toda a população estivesse com esquema vacinal primário completo há mais de 120 dias.
Dentre os idosos, o estudo apontou que a razão de riscos para óbito foi 4,4 vezes maior para não vacinados em comparação com vacinados com esquema primário completo sem atraso e 7,7 vezes maior para não vacinados em comparação com vacinados com dose de reforço.
Na faixa dos 12 a 39 anos, a razão de riscos para óbitos foi 5,8 vezes maior para os não vacinados em relação aos com esquema primário completo e 6,3 maior para não vacinados comparados a vacinados com dose de reforço. Nesse grupo, o estudo demonstrou que o número potencial de óbitos evitados é de pouco mais de 50 por ano.
Já na faixa dos 40 aos 59 anos, o risco de óbito para quem não tomou vacina e quem teve o esquema primário completo sem atraso é de 5,7 e salta para 11,5 mais para os não vacinados comparados àqueles com dose de reforço, mas mais de 430 óbitos foram evitados com o esquema vacinal.
“Esse estudo demonstra que quem não se vacinou está muito exposto ao risco”, ressalta o governador Ranolfo Vieira Júnior. “Então, é sempre válido ressaltar a importância da vacinação. “Esse é o alerta que deixamos para as pessoas.”
Sistema de monitoramento
Outro tópico abordado no Gabinete de Crise foi o Sistema 3As. Nesta semana, não foram emitidos avisos ou alertas para as 21 regiões do sistema de monitoramento da pandemia de coronavírus no Rio Grande do Sul. Conforme os dados divulgados, a situação hospitalar no Estado é de estabilidade no número de internados por covid.
A situação, no entanto, é considerada delicada em razão das taxas de ocupação na UTIs hospitalares – como se costuma verificar usualmente no inverno – e o risco da entrada das subvariantes, que podem gerar um aumento da demanda por leitos covid.
“Os dados comprovam que a vacinação salva vidas”, salientou a titular da SES, Arita Bergmann. “Isso deve servir de estímulo para quem ainda não se vacinou ou está com o esquema vacinal incompleto.”
Embora não tenham sido emitidos avisos nem alertas, os integrantes do gabinete e grupos de trabalho relacionados ao tema permanecem monitorando os dados relativos à pandemia no Estado.
(Marcello Campos)
