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Vacinas da Covid Facility devem atrasar para chegar ao Brasil

Fornecimento lento de vacinas para as nações mais pobres significa que a crise vai durar mais do que precisava. (Foto: Ragul Krishnan/Unicef)

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, declarou em reunião com parlamentares que não há como definir prazo para as 8 milhões de vacinas da Covax Facility chegarem ao Brasil. Previstas para maio, as doses do consórcio global devem atrasar por causa de problemas na produção da Índia e na Coreia do Sul.

Diante do recrudescimento da covid-19, os presidentes das comissões de Relações Exteriores do Senado e da Câmara dos Deputados, Kátia Abreu (PP-TO) e Aécio Neves (PSDB-MG) sugeriram a revisão dos critérios para distribuir doses. Além da população e do índice de renda média, seriam considerados o risco de disseminação do vírus e a gravidade da pandemia.

Dessa forma, a ideia é que o Brasil disponha de maior quantidade de vacinas a curto prazo e possa acelerar a imunização, ainda restrita à parte dos grupos prioritários. Depois dos atrasos para fechar contratos com farmacêuticas, o País também vem sofrendo sucessivos cortes no cronograma de vacinação.

Até imunizantes que não foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) constam no calendário. Para o diretor-geral da OMS, a alternativa mais promissora seria o Brasil se tornar independente na fabricação de vacinas, sem precisar importar o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA).

Os parlamentares também levantaram a possibilidade de quebrar as patentes das vacinas temporariamente. A entidade recomendou que o Brasil atue junto à Índia e à África do Sul em projeto semelhante proposto à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Adhanom defendeu que a vacinação não é capaz, sozinha, de conter o avanço da pandemia no Brasil. Usar máscaras, lavar as mãos, praticar o distanciamento social e ventilar os ambientes são medidas importantes para conter a escalada da covid-19. Além disso, recomendou que o lockdown deve ser realizado durante picos da doença.

Em meio à crise sanitária, o Brasil vive o colapso das unidades de saúde, o crescimento exponencial de casos e de mortes, a falta de insumos, de vacinas e de leitos e o esgotamento dos profissionais de saúde.

O País acumula 328.366  vidas perdidas e 12.912.379 de infectados. Já os imunizados representavam 18.853.892 pessoas para a primeira dose e 5.272.023 para a segunda, segundo dados do consórcio de imprensa desta sexta-feira (1º).

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