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“Vamos acabar não distinguindo mais segunda de domingo”, diz a presidente eleita do Tribunal Superior do Trabalho

A presidente do tribunal comparou o atual momento com os períodos pós-guerra. (Foto: Giovanna Bembom/TST)

Primeira mulher eleita para presidir o TST (Tribunal Superior do Trabalho), a ministra Maria Cristina Peduzzi assumirá o posto em 19 de fevereiro de 2020, para um mandato de dois anos.

Segundo ela, o mundo do trabalho mudou. “No mundo todo, o comércio abre aos domingos. Vamos acabar, qualquer dia desses, não distinguindo mais segunda de domingo”, afirmou.

A ministra assumirá o cargo passados pouco mais de dois anos da reforma trabalhista do governo de Michel Temer (MDB). “Eu penso que, se a lei foi editada, o juiz tem o dever de aplicá-la”, disse Maria Cristina.

Quando ela estiver à frente da Justiça do Trabalho, uma nova reforma entrará em discussão. O governo federal pretende revisar as leis trabalhistas.

Para a ministra, mudanças são necessárias. “A CLT [Consolidação das Leis do Trabalho] precisa de muita atualização. A considerar a revolução tecnológica, a reforma foi tímida”, disse em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Sobre ser a primeira mulher a presidir o TST, ela afirmou: “Por uma circunstância cronológica, o TST ainda não teve uma mulher presidente, enquanto o Supremo Tribunal Federal já teve duas excepcionais presidentes [Ellen Gracie e Cármen Lúcia], e o Superior Tribunal de Justiça já teve a ministra Laurita [Vaz]. Sinto-me honrada por ser pioneira. O principal é a mulher poder mostrar a todos que é capaz de exercer seu ofício, sua arte em absoluta igualdade de condições com os homens. A importância é comprovar a igualdade, é materializar a igualdade formal prevista na lei”.

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