A dieta à base de plantas tem sido adotada por pessoas de todos os lugares do mundo. Um novo estudo descobriu que as dietas pesco-vegetariana e ovo-lacto-vegetariana, assim como a vegana, podem oferecer benefícios nutricionais comparáveis aos da dieta mediterrânea.
A análise, publicada na revista científica Frontiers in Nutrition, utilizou quatro planos alimentares de 7 dias elaborados de acordo com as recomendações da Sociedade Espanhola de Nutrição Comunitária (SENC) e da União Vegetariana (UVE).
Para a pesquisa, os cientistas compararam a dieta mediterrânea (considerada onívora porque contém alimentos de origem animal e vegetal), a pesco-vegetariana, a ovo-lacto-vegetariana e a vegana. Todos os planos alimentares baseados nesses diferentes tipos de alimentação forneciam aproximadamente 2000 kcal por dia.
Dessa forma, foi observado que todos os planos alimentares fornecem quantidades comparáveis de macronutrientes, incluindo proteínas e carboidratos. A qualidade geral da ingestão de gordura pode ser considerada adequada, visto que o azeite de oliva extravirgem foi a principal fonte de gordura nessas dietas.
Além disso, as quatro atenderam às recomendações diárias de ingestão de proteínas e da maioria dos micronutrientes, com exceção da vitamina D e do iodo.
A ingestão de gorduras saturadas permaneceu abaixo de 8% da ingestão energética total em todas as dietas, estando em conformidade com as diretrizes alimentares. No entanto, a ingestão de ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 ficou abaixo do nível esperado de 250 miligramas por dia em todas as dietas. Já a proporção ômega-6/ômega-3 foi alta em todas as quatro.
A dieta vegana, por sua vez, levou a uma deficiência de vitamina B12, mas, por outro lado, apresentou o maior teor de ferro em comparação com as outras três.
Quanto ao impacto ambiental, os resultados revelaram que as emissões de gases de efeito estufa variaram aproximadamente entre 15% e 46% (sendo as menores porcentagens associadas à dieta vegana).
Tanto a dieta ovolactovegetariana quanto a vegana estão associadas a uma redução significativa em fatores relacionados às mudanças climáticas, incluindo emissões de dióxido de carbono (CO2), depleção da camada de ozônio, radiação ionizante e formação de ozônio fotoquímico. No entanto, a dieta pesco-vegetariana apresentou associação com o aumento de fatores relacionados ao ozônio, o que pode ser devido aos elevados custos ambientais da produção e distribuição de peixe.
Em comparação com a dieta mediterrânea, todas as três dietas à base de plantas foram associadas a uma redução de mais de 20% no uso da terra. No entanto, não foi observada diferença significativa no uso da água entre os quatro planos alimentares. As informações são do jornal O Globo.
