O anúncio de que os Estados Unidos vão retomar as tarifas sobre o aço e o alumínio que chegam do Brasil e Argentina pegou de surpresa o governo brasileiro.
Desde a manhã desta segunda-feira (2), integrantes do governo Bolsonaro foram escalados para contatar a Casa Branca e o Congresso norte-americano e tentar entender as razões que estimularam a decisão de Trump.
Ao longo do ano, a relação entre Bolsonaro e Donald Trump foi marcada por concessões na agricultura troca de apoios frustrados, como a participação do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Confira:
As concessões do Brasil aos Estados Unidos
Trigo: O Brasil aceitou abrir uma cota, livre de tarifa de importação, de 750 mil toneladas do cereal dos EUA.
Etanol: O governo Bolsonaro elevou para 750 milhões de litros uma cota de importação anual de etanol americano sem tarifa. A vota anterior era de 600 milhões.
OMC (Organização Mundial do Comércio): O Brasil aceitou abrir mão do tratamento especial diferenciado ao qual tinha direito na Organização Mundial do Comércio por ser se declarar um país em desenvolvimento.
Vistos: O governo dispensou o princípio de reciprocidade e passou a aceitar a entrada no Brasil de turistas americanos sem a exigência de visto. A medida também beneficia cidadãos do Canadá, da Austrália e do Japão.
As concessões (ou não) dos EUA ao Brasil
OCDE: Donald Trump declarou apoio ainda à candidatura do Brasil para ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, uma espécie de clube dos países ricos. No entanto, uma carta do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, divulgada em outubro defendendo a entrada apenas da Argentina e Romênia causou mal-estar em Brasília. O incômodo fez com que Pompeo fosse ao Twitter e reafirmasse o endosso à candidatura do Brasil.
Otan: Trump designou o Brasil como aliado preferencial extra-Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O status facilita a compra pelo Brasil de tecnologia militar e armamentos dos Estados Unidos.
Carne: Em novembro, os EUA negaram a abertura de seu mercado para a carne bovina in natura do Brasil, pleito que estava incluído nas negociações de uma parceria estratégica acertada com Trump.
