O conselho dos infectologistas e até o Ministério da Saúde indicam para as futuras mamães adiarem os planos de engravidar, por conta da relação da microcefalia com o zika vírus (transmitido pelo mosquito da dengue, o Aedes aegypti), o que tem provocado medo entre as mulheres.
“Não queremos provocar alarde, mas precisamos ser realistas”, disse o infectologista Francisco Ivanildo de Oliveira Júnior. “A forma de ação do vírus é desconhecida. Ninguém sabe dizer quantas grávidas infectadas terão seus bebês com microcefalia”, explicou.
O primeiro trimestre da gestação é o período mais crítico. O contato com o vírus pode ser determinante para a má-formação no cérebro do bebê. “O sistema nervoso central da criança está em desenvolvimento e a placenta ainda não o protege completamente. Qualquer infecção compromete o feto”, lembrou o infectologista Arthur Timerman.
Nos próximos meses é que a transmissão das doenças pelo mosquito Aedes aegypti ficará mais evidente. O pico ocorre, geralmente, entre março e abril, e as chances de casos autóctones (naturais de uma região) de zika vírus preocupam. “Todo lugar onde há circulação desse mosquito está vulnerável aos três tipos de vírus transmitidos por ele: dengue, chikungunya e zika.”
Repelentes.
É por isso que, além de redobrar os esforço de combate ao mosquito transmissor – como não deixar água parada –, o uso de repelentes e a redução da área exposta do corpo são essenciais. “Blusas de mangas compridas, calças e meias precisam ser adotadas nesse período. Pescoço, rosto e mãos devem ser protegidos com repelentes. As grávidas podem usar produtos com princípios ativos de icaridina ou dietiltoluamida, com concentração de 15%. E, a cada seis horas, deve-se reaplicar o produto”, frisou Timerman. (DSP)