A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou neste domingo (17), por unanimidade, o uso emergencial de duas vacinas contra a Covid-19 no Brasil: a CoronaVac e a de Oxford. Confira um raio x das duas vacinas.
Há quatro tipos de vacinas que são estudadas atualmente para o novo coronavírus: a genética, a viral, a de proteína e a de vírus inativado. Cada uma delas tem uma forma diferente de induzir o sistema imunológico a se proteger da infecção pelo Sars-Cov-2. A CoronaVac usa o vírus inativado e a vacina de Oxford usa o vetor viral.
Não foram registrados efeitos adversos graves em nenhuma das duas vacinas. Os efeitos mais comuns foram dor no local da injeção, febre e dor de cabeça de intensidade leve ou moderada.
Em um primeiro momento, a vacina de Oxford terá 2 milhões de doses, produzidas na Índia pelo Instituto Serum. Já a CoronaVac terá 6 milhões de doses, que foram produzidas pelo laboratório chinês Sinovac. Os dois imunizantes são os considerados “ideais” pelo Ministério da Saúde, já que podem ser armazenados entre 2 e 8ºC. Ou seja, podem ser guardados em geladeira comum.
As vacinas ainda não foram aprovadas pela OMS, mas a entidade diz que já começou a análise de dados.
Vacina CoronaVac
Vacinas inativadas são compostas pelo vírus morto ou por partes dele. Esses vírus não conseguem nos deixar doentes, mas isso é suficiente para gerar uma resposta imune e criar no nosso organismo uma memória de como nos defender contra uma ameaça. A tecnologia é bastante tradicional e foi desenvolvida há cerca de 70 anos.
“São utilizadas técnicas de laboratório que inativam o agente infeccioso, de modo que sua replicação se torne inviável. Mesmo assim, isso produz a reação imunológica desejada”, explica a microbiologista Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência.
No dia 12 de janeiro, o Instituto Butantan divulgou a eficácia da vacina CoronaVac: 50,38%. A taxa variou em outros países. Dados da Indonésia mostraram uma eficácia de 65,3% para a vacina.
Vacina de Oxford
O nome da vacina é ChAdOx1. Ela utiliza uma tecnologia conhecida como vetor viral recombinante. Ela é produzida a partir de uma versão enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés – e que não causa doença em humanos. A esse imunizante foi adicionado o material genético usado na produção da proteína “spike” do Sars-CoV-2 (a que ele usa para invadir células), induzindo os anticorpos.
Em dezembro, os dados da terceira fase da vacina de Oxford foram publicados na revista científica “The Lancet”. Segundo o estudo, a vacina mostrou eficácia média de 70,4%, com até 90% de eficácia no grupo que tomou a dose menor.