A Black Friday deste ano será realizada nesta sexta-feira (28), no mesmo dia em que cai a primeira parcela do 13º dos trabalhadores. A Abiacom (Associação Brasileira de Inteligência Artificial e E-commerce) prevê que o comércio eletrônico brasileiro movimente R$ 13,34 bilhões durante o dia, considerado uma das datas mais importantes para o setor varejista.
Com o aumento das promoções e do volume de compras, é comum que se intensifiquem os golpes. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirma que propostas que parecem uma oportunidade imperdível para aproveitar descontos e adiantar as compras de Natal podem esconder riscos. Quadrilhas aproveitam que os consumidores são bombardeados por ofertas para aplicar fraudes usando técnicas de engenharia social.
Para evitar cair em golpes, Walter Faria, diretor-adjunto de serviços e segurança da Febraban, recomenda que o cliente pesquise preços dos itens que pretende comprar, além da reputação do varejista. Também é necessários verificar fatores como prazo de entrega e meios de pagamento disponíveis.
A ABBC (Associação Brasileira de Bancos) listou os principais golpes aplicados durante a Black Friday.
– Golpe da promoção com temporizador: Consumidores devem ficar atentos a ofertas que chegam por email, anúncios em redes sociais ou notificações de aplicativos. Uma tática frequente é a exibição de um temporizador ao lado de uma promoção aparentemente irresistível. O usuário que procura um smartwatch de cerca de R$ 400, por exemplo, pode se deparar com um anúncio oferecendo 50% de desconto válido por apenas um minuto – recurso usado para induzir decisões impulsivas e explorar o interesse pelo produto.
A ABBC recomenda buscar promoções diretamente em ecommerces confiáveis, digitando o endereço oficial no navegador ou usando o aplicativo verificado na Apple Store ou na Google Play Store.
– Celebridades falsas com inteligência artificial: O usuário navega por uma rede social e se depara com um vídeo de uma celebridade anunciando a promoção de um jogo virtual. Em muitos casos, o material é produzido com inteligência artificial para simular a voz e a aparência do artista, conferindo falsa credibilidade à propaganda fraudulenta, segundo a associação.
Esse tipo de fraude pode levar a diferentes desdobramentos, como phishing e golpes no WhatsApp. O ponto central, segundo a ABBC, é que raramente celebridades reais anunciam promoções com grandes descontos em vídeos soltos nas redes, especialmente quando não há menção nos canais oficiais da marca ou da própria pessoa.
A associação orienta o consumidor a verificar se existem publicações oficiais nas redes da empresa ou do artista e a denunciar o anúncio sempre que houver suspeita de falsificação. Também recomenda observar a sincronização entre voz e imagem (qualquer descompasso pode indicar manipulação por IA).
– Golpe da falsa central de atendimento: Criminosos entram em contato se passando por funcionários de instituições financeiras ou operadoras de cartão de crédito. A ABBC diz que eles alegam que houve uma tentativa de compra suspeita ou pedem a confirmação de dados bancários. A partir dessas informações, os golpistas podem acessar contas, realizar transferências ou fazer compras com os dados dos cartões.
Bancos jamais solicitam senhas, dados do cartão de crédito ou códigos de segurança por telefone, WhatsApp ou mensagem de celular. A associação diz que qualquer contato suspeito deve ser ignorado, e o consumidor deve procurar o canal oficial da instituição.
– Que cuidados devo tomar com as compras online? A Febraban diz que o os consumidores devem dar preferência aos sites conhecidos para as compras e verificar a reputação de sites não conhecidos em páginas de reclamações. Além disso, as compras nunca devem ser feitas por meio de computadores públicos e dados bancários não devem ser compartilhados em aparelhos de desconhecidos.
Durante a compra, é necessário verificar com atenção as formas de pagamento oferecidas pelo ecommerce e é recomendado desconfiar quando existem poucas opções. Também é importante checar as políticas de troca e devolução das lojas e, se possível, o consumidor deve dar preferência ao modelo de compra garantida.
– Cuidados com o cartão, Pix e boleto: Segundo a Febraban, os consumidores devem dar preferência para o uso de cartão virtual nas compras online. Também é recomendado o uso do serviço de avisos por SMS de transações feitas ou outros meios disponibilizados pelos bancos, que informam o valor realizado para cada transação instantaneamente.
Se a compra for feita presencialmente, é necessário conferir o valor na maquininha antes de digitar a senha. Se forem identificados problemas no visor, a transação não deve ser concluída.
O próprio consumidor deve inserir o cartão na maquininha. A federação diz que caso tenha entregado o cartão ao vendedor, é importante verificar se que foi devolvido é realmente o seu. “Golpistas costumam aproveitar o momento de empolgação e aglomeração no comércio de rua para trocar o seu cartão”, afirma a Febraban.
No caso do Pix, o pagamento deve ser sempre feito dentro do ambiente da loja virtual. Além disso, quando o varejista fornecer o código QR Code, é necessário conferir com atenção todos os dados do pagamento e se a loja escolhida é realmente quem irá receber o dinheiro. Só faça a transferência após essa checagem detalhada.
Se for pagar a compra com boleto, confira quem é a empresa beneficiária que aparece no momento do pagamento, no aplicativo ou site do banco. A Febraban diz que se o nome for diferente da marca ou empresa onde a compra foi feita, a transação não deve ser concluída. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
