O carro em que viajava o cantor Cristiano Araújo e a namorada, Allana Moraes, 19, que morreram após o veículo sair da pista e capotar, em Goiás, na madrugada de 24 de junho, estava a 179 quilômetros por hora. A velocidade consta de relatório técnico revelado pela Land Rover, fabricante da Range Rover, automóvel que, naquela noite, era conduzido pelo motorista Ronaldo Miranda, 40.
Cristiano e a namorada viajavam sem cinto de segurança no banco de trás do veículo. Foto: Reprodução
Ele e o empresário do sertanejo, Victor Leonardo, que estavam no banco da frente e usando cinto de segurança, sobreviveram. Os quatro voltavam de um show em Itumbiara, cidade a 200 quilômetros de Goiânia, pela BR-153, quando ocorreu o acidente. Teste de alcoolemia no motorista deu negativo, e ele negou que estivesse usando celular ou que tenha dormido ao volante.
De acordo com o delegado que investiga o caso, Fabiano Henrique Jacomelis, a velocidade informada no relatório da Land Rover ficou registrada por equipamento em uma espécie de “caixa-preta” do carro, cinco segundos antes do acionamento dos airbags. “Ele [motorista] disse que estava correndo um pouco, mas não soube precisar exatamente qual era a velocidade no momento do acidente, já que o carro era muito potente e ele não percebeu o excesso”, disse o delegado na época do acidente.
As informações do módulo foram enviadas para a Inglaterra, onde foram analisadas pelos técnicos da empresa. Jacomelis informou à imprensa que o laudo da perícia sobre as causas do acidente ainda não foi concluído. O que motivou a saída do veículo da estrada ainda não foi esclarecido. “Em uma velocidade absurda dessas, os reflexos de qualquer condutor ficam muito reduzidos, ainda mais à noite”, disse Alexandre Rojas, professor de Engenharia de Transportes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Para especialistas em segurança no trânsito, a velocidade informada pela Land Rover é compatível com relatos de testemunhas e com o depoimento do próprio motorista, que assumiu que trafegava além da velocidade de 110 quilômetros por hora permitida naquela rodovia.
Miranda, que poderá ser indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar), com pena que pode variar de dois a quatro anos de prisão, contou em depoimento que capotou depois que um dos pneus do carro estourou.
Segundo Fernando Moreira, engenheiro da Associação Brasileira de Medicina no Tráfego, a alta velocidade da Range Rover pode ter provocado o estouro do pneu, desencadeando o capotamento. “Em uma velocidade tão alta, a energia cinética é fabulosa. Os pneus para esse tipo de automóvel, embora sejam bem mais possantes que um popular, não suportam tamanho aquecimento”, justificou. (AD)
