O velório de Francisca da Silva Carvalho, 69 anos, foi interrompido na cidade de Cocal, no Piauí. O corpo da idosa foi retirado do caixão por policiais civis depois que um irmão da vítima denunciou que uma filha da falecida a agredia constantemente e que os maus-tratos poderiam ter causado a morte.
Agressões.
Francisca foi encontrada morta em seu quarto no final de dezembro. A polícia não soube informar se a mulher tinha problemas de saúde. “Eu recebi a denúncia de que a idosa era agredida e um parente veio fazer um boletim de ocorrência dizendo que a filha dela era a autora das agressões. Então resolvemos ir até a casa da idosa, onde acontecia o velório, e removemos o corpo para investigar a denúncia”, explicou o policial civil Walter Brune.
O corpo foi enviado para a realização de exames periciais. De acordo com o policial, o perito não encontrou a causa mortis do pescoço para baixo e, como o IML (Instituto de Medicina Legal), da cidade não realiza exames na cabeça, o corpo foi enviado para o IML da capital do Estado, Teresina.
Confissão de maus-tratos.
A Polícia Civil ouviu a filha da idosa, que confessou aos policiais que batia na mãe porque ela chorava muito à noite. “Ela disse que perdia a paciência com a idosa. No próprio depoimento ela falou que chegou a dar duas ‘lapadas’ na mãe. No velório ela não tinha feição de quem estava triste com a morte da idosa, mas tudo será investigado”, falou Brune.
O filho e a nora da própria suspeita afirmaram que ela teria dado uma cadeirada em Francisca. A polícia aguarda o resultado da perícia e colherá mais depoimentos. A filha da idosa foi liberada após prestar depoimento à polícia, mas segundo o policial, poderá ser presa no decorrer das investigações. (AG)