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Vender livros no Brasil não é tarefa fácil

A dificuldade de repasse da inflação para os preços é um dos pontos de estresse do setor.(Foto: Reprodução)

Vender livros no Brasil não é tarefa fácil, ainda mais quando a economia anda para trás. Em 2016, a comercialização de livros no País recuou 8,9%, comprometendo a rentabilidade de editoras e, principalmente, de livrarias.

Enquanto os produtores de livros sofreram com o cenário macroeconômico, o varejo tradicional teve de lidar também com a migração do cliente para as vendas online e com a chegada de uma poderosa concorrente: a americana Amazon.

O resultado foi um baque nas contas das grandes livrarias, que empreenderam uma forte expansão nos últimos anos, incentivadas pelas empresas de shopping centers, que viam as megastores culturais como “âncoras” de seus centros comerciais. “Muitas redes cresceram de forma desordenada e fora das regiões onde tinham público cativo, nem sempre com bons resultados”, disse uma fonte de mercado.

A dificuldade de repasse da inflação para os preços é um dos pontos de estresse do setor. “Meu livro mais ‘pop’ de 2008 tinha preço de capa de R$ 29,90. No ano passado, minha grande aposta custava, novamente, R$ 29,90”, compara uma fonte de uma grande editora nacional.

O valor médio por obra hoje é de R$ 38,66. Embora tenha havido uma reposição de 15% nos últimos dois anos, o desconto médio aplicado pelo varejo é de 17,9%, o que faz o preço médio real ser de R$ 31,74. “Os custos cresceram, mas a receita do setor não acompanhou”, diz Marcos Pereira, presidente do Sindicato Nacional
dos Editores de Livros. (AE)

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