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Vice do Tribunal de Contas da União abandona processo de investigação por suposta propina a ele

O ministro Raimundo Carreiro, vice-presidente do TCU abandonou a relatoria do processo que analisa a tentativa de acordo de leniência entre a empreiteira UTC com o governo federal. (Foto: Dida Sampaio/AE)

O ministro Raimundo Carreiro, vice-presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), abandonou na quinta-feira a relatoria do processo que analisa a tentativa de acordo de leniência entre a empreiteira UTC com o governo federal.
O presidente da empresa, Ricardo Pessoa, afirmou em depoimento que pagou ao advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do TCU, Aroldo Cedraz, para influir em processos no órgão – um deles o da licitação para obras na Usina Nuclear de Angra III, cujo relatoria era de Carreiro. Por causa dessa afirmação, o STF (Supremo Tribunal Federal) abriu inquérito para investigar Cedraz e Carreiro, que negam terem recebido qualquer vantagem para atuar
no processo.
O ministro abandonou a relatoria dizendo-se impedido após o jornal O Globo procurá-lo questionando se ele poderia relatar o processo, já que estava sendo investigado em acusação feita pelo dono da empresa.
A tentativa de acordo de leniência, que é uma espécie de delação premiada para pessoas jurídicas, foi pedida pela empreiteira à CGU (Controladoria-Geral da União) no início de 2015, mas ainda não foi deliberada.
Por determinação do TCU, a Controladoria tem que enviar ao tribunal todos os processos de leniência para análise. No total, há oito processos desse tipo em tramitação no órgão, todos sigilosos e envolvendo empreiteiras acusadas de corrupção na Lava-Jato.
No ano passado, os ministros decidiram que os processos seriam relatados por sorteio. (Folhapress)

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