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Vice-governador defende concessões e responsabilidade fiscal como pilares para o avanço da infraestrutura gaúcha

Durante o Workshop do Plano Estadual de Logística e Transportes (PELT-RS), nesta quinta-feira (30/10), o vice-governador Gabriel Souza fez um pronunciamento firme sobre a necessidade de enfrentar entraves históricos que travam o desenvolvimento da infraestrutura no Rio Grande do Sul. Em sua manifestação, ele ressaltou que o Estado precisa abandonar velhos debates ideológicos e adotar uma postura pragmática diante dos desafios de investimento.

“Estou preparado para esse debate — e ele precisa ser feito de forma direta e sem meias palavras. O Rio Grande do Sul perdeu pelo menos duas décadas neste século por causa de entraves ideológicos e falta de coragem para enfrentar o tema das concessões e parcerias. O Tesouro Estadual, sozinho, não tem capacidade para sustentar investimentos dessa magnitude. Se continuarmos presos a discursos e receios políticos, não haverá avanços”, afirmou.

O vice-governador destacou o exemplo da RS-118, cuja duplicação levou mais de 20 anos para ser concluída, e defendeu que o Estado precisa modernizar suas estruturas de financiamento para não repetir os mesmos erros. Segundo ele, as concessões e parcerias público-privadas devem ser tratadas como instrumentos de gestão eficientes — e não como temas de disputa eleitoral.

“Precisamos compreender que o desenvolvimento depende de infraestrutura sólida, e isso exige novos modelos de financiamento e gestão. O Estado que quiser crescer precisa se libertar do medo de inovar e de fazer o que é necessário”, reforçou.

Gabriel Souza também abordou, ainda, o histórico de desequilíbrio fiscal do Rio Grande do Sul e a necessidade de manter as contas públicas sob controle. Ele lembrou que, até 2020, o Estado gastava mais do que arrecadava, recorrendo a mecanismos frágeis para cobrir déficits — entre eles, o uso do Caixa Único, sistema que reunia recursos de diferentes órgãos públicos e empresas estatais.

“Durante muitos anos, governadores utilizaram o Caixa Único para sacar o dinheiro de empresas públicas e cobrir o déficit do Tesouro. O caso da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) é emblemático: recursos que deveriam ser aplicados em dragagens e manutenção dos canais navegáveis acabavam desviados para tapar buracos orçamentários. Esse modelo se esgotou. Hoje, não há mais espaço para improvisos — precisamos de responsabilidade fiscal e planejamento de longo prazo”, destacou.

A fala do vice-governador encerrou o ciclo de apresentações do Workshop PELT-RS, reforçando o compromisso do governo estadual com uma agenda de infraestrutura baseada em planejamento técnico, sustentabilidade financeira e cooperação entre o poder público e a iniciativa privada.

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