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Vice-presidente discursa em encontro do PMDB aos gritos de “presidente”

Michel Temer (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente nacional do PMDB, o vice-presidente da República, Michel Temer, foi recebido  na terça-feira, em um evento do partido, em Brasília, com os gritos de “Impeachment, já!” e “Brasil, pra frente, Temer presidente”. Ele é cotado internamente como candidato do PMDB à Presidência da República em 2018. Recebido no auditório do hotel que sediou o evento com os gritos de “Temer, presidente”, o vice-presidente destacou que o documento discutido pela sigla não é um programa eleitoral.
“O PMDB quer ter um programa próprio. Não estamos ainda tratando de um programa eleitoral, estamos tratando de um programa partidário”, disse aos correligionários. Enquanto ele discursava, um grupo de militantes do MBL (Movimento Brasil Livre) gritou: “Impeachment, já!” e “Brasil, para frente, Temer presidente”. Os gritos de “Temer, presidente”, partiram de parte dos militantes do PMDB e de alguns integrantes do MBL, que foram autorizados a participar do  congresso. O norte da discussão foi um documento divulgado pelo PMDB em 29 de outubro, que diverge das propostas do PT para a economia e questiona o ajuste fiscal do Executivo. Mesmo com as manifestações de apoio, Temer apresentou propostas do governo, como mudanças no atual regime de Previdência Social, para diminuir o déficit atual.

Dirigentes do PMDB defendem Michel Temer e pedem ruptura com PT

Durante o congresso da Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB, na terça-feira, em Brasília, microfones foram abertos para os peemedebistas fazerem críticas ao governo federal. Dirigentes e parlamentares da tendência oposicionista da legenda pregaram a substituição da presidenta Dilma  Rousseff pelo vice-presidente Michel Temer e culparam a administração federal pela atual crise econômica.
“O impeachment ou não impeachment não depende da gente, mas tem algo que depende. Não é o afastamento da Dilma Rousseff da presidência da República, mas o afastamento do PMDB dela, para que possamos construir um partido que tenha discurso”, disse o ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Em linha semelhante, o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS) disse que o País está à beira de uma “depressão econômica” e defendeu o afastamento da presidenta. “Nós achamos que do jeito que está não dá e achamos que o Michel Temer está preparado para assumir o pós-impeachment de Dilma. Se não houver essa mudança em até seis meses, o País vai piorar. Ou vocês acreditam em mudanças com o sistema que está no  Planalto?”, questionou.
Com um discurso mais brando que o usual, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que o partido não pode “se furtar” a decidir se continua ou não a fazer parte do governo que tem um projeto que não ajudou a construir.

PMDB não vai sair do governo federal, afirma  Temer

Em meio ao debate interno no PMDB sobre a possibilidade do partido desembarcar do governo Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer avaliou na terça-feira, em evento em Brasília, como natural que a legenda realize essa discussão, mas ressaltou que o partido  não desembarcará da administração federal.
No congresso da Fundação Ulysses Guimarães, centro de estudos do partido, o vice-presidente pregou a necessidade de, diante do atual cenário de crise econômica, haver uma “pacificação” e uma “unificação” no País.
Em seu discurso, Temer ressaltou que os partidos políticos têm neste momento de pensar na união nacional “para não dividir o País”. “Isso é natural [debate sobre desembarque]. Nós temos de colaborar com o País e, mesmo as pessoas que querem a saída do governo federal, querem colaborar com o País”, sustentou.
“[O PMDB] não vai sair”, acrescentou, ao ser questionado  sobre a possibilidade de ruptura com o PT.
O congresso, considerado como o primeiro passo para o desembarque oficial do PMDB do governo federal, tornou-se palanque dos peemedebistas com discursos favoráveis à saída imediata da gestão Dilma.

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