O vice-presidente eleito, ex-general Hamilton Mourão, afirmou nessa quinta-feira que a sua função no futuro governo será de monitoramento das atividades ministeriais e das políticas públicas, cobrando prazos e impedindo desperdícios.
Em evento promovido pelo TCU (Tribunal de Contas da União), ele disse que a ideia é de que fique sob o encargo da Vice-Presidência as subchefias atualmente controladas pela Casa Civil e pela Secretaria-Geral.
“A ideia fundamental junto ao presidente é que, como vice, eu tenha sob meu encargo aquelas subchefias que hoje estão parte na Casa Civil e parte na Secretaria-Geral e que conformam a atividade de controle dos ministérios, de políticas públicas e do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos)”, disse.
Ele antecipou que pretende selecionar projetos prioritários, que envolvem mais de uma pasta ministerial, para acompanhar diariamente, cobrando dos ministros os prazos que têm que ser cumpridos, na sua definição. “Nós vamos mudar um pouco a cara de como o governo deve exercer sua atividade de planejamento e de fiscalização”, frisou.
Em discurso, o militar da reserva criticou a carga tributária do País (que classifica como “extremamente elevada”). Ele defendeu que o sistema de impostos deve ser simplificado para, em um segundo momento, ser reduzido: “Nós temos de aumentar a base, ou seja, todo mundo tem que pagar imposto, mas vamos pagar menos”.
Ele pregou a manutenção de um regime de câmbio flutuante e a realização de uma abertura comercial. Para ele, contudo, esse processo deve ser feito sem choque com o setor produtivo. “Às vezes, os nossos industriais ficam preocupados. Não podemos promover o choque nessa abertura. Terá de ser, usando uma trilogia do tempo antigo, lenta, gradual e segura”, mencionou.
Ele se referia à trinca de adjetivos utilizada pelo governo militar para definir como deveria ser a reabertura democrática: “Lenta, gradual e segura”, nas palavras do então general Ernesto Geisel, penúltimo presidente da República (1975-1979) da ditadura militar que estava no poder desde o golpe de Estado de 1964.
Ainda de acordo com Hamilton Mourão, a intenção do novo governo será de privatizar as empresas públicas que sejam deficitárias e que deixaram de cumprir sua função. O processo, de acordo com ele, será feito por meio da abertura de capital.
