O YouTube removeu um vídeo de uma palestra de um seminário da Funag (Fundação Alexandre Gusmão), vinculada ao Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores), sobre “nocividade do uso de máscaras”. A plataforma diz, em nota, que não permite conteúdos que “incentivam atividades que possam causar danos físicos ou mortes”.
A Funag tem realizado seminários virtuais nos quais aborda com frequência a pandemia de Covid-19. Após o evento, a fundação mantém a transmissão completa no YouTube e faz recortes de vídeos menores.
O material removido fazia parte do seminário virtual “A conjuntura internacional no pós-coronavírus”, que aconteceu em 3 de setembro. O YouTube não confirmou a partir de qual data o trecho ficou indisponível.
Nele, o palestrante Carlos Ferraz dizia, sem apresentar evidências científicas, que o uso máscaras faz mal à saúde de pessoas saudáveis. Ferraz citou “artigos” e “testes”, sem mencionar detalhes, nem os autores.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta que todas as pessoas usem máscaras onde houver transmissão ampla da doença e em situações em que o distanciamento social não é possível, como no transporte público.
Palestrante trabalha em ministério
No seminário, Carlos Ferraz é apresentado como “professor de filosofia da UFPel cedido para a Secretaria Nacional da Juventude do MMFDH (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos)”. Os outros dois participantes são de sites e blogs conservadores.
Ao portal de notícias G1, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos – onde Ferraz trabalha – disse que “o servidor expressou sua opinião pessoal, que não necessariamente corresponde ao posicionamento oficial do Ministério” e que ele “não participou do evento como representante oficial do MMFDH”.
O YouTube inicialmente removeu a palestra de Ferraz, mas manteve o conteúdo dela em um vídeo que continha a íntegra do seminário. No final da tarde de terça, a plataforma excluiu também a versão completa do evento.
As palestras também são distribuídas no site oficial da fundação, com links para os vídeos no YouTube e em formato de podcast, com links para diversas plataformas. As informações são do portal de notícias G1.
