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Vitoriosos no Congresso, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco mostram rompimento com Bolsonaro, mas deixam recado ao Supremo

A disputa entre Pacheco (E) e Lira (D) pelas regras de tramitação das medidas provisórias está gerando dificuldades para o governo. (Fotos: Agência Senado e Câmara dos Deputados)

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foram reeleitos na última quarta-feira (1º) para comandar o Congresso Nacional pelos próximos dois anos.

Com uma vitória recorde de 464 votos, o deputado Arthur Lira, que já foi apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), defendeu a democracia e disse que era hora de “desinflamar” o Brasil. Rodrigo Pacheco, outro antigo aliado bolsonarista, também relembrou valores democráticos em seu discurso.

Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo, avalia que os discursos dos líderes do Congresso Nacional procuram se distanciar do bolsonarismo, mas ainda sinalizam desconforto com o Supremo Tribunal Federal (STF).

“Tanto o Rodrigo Pacheco quanto o Arthur Lira aproveitaram as vitórias pra dar recados de insatisfação dos parlamentares com o Supremo Tribunal Federal”, disse Mello em entrevista à jornalista Natuza Nery.

“O Rodrigo Pacheco estimulou, na verdade, que os senadores, os parlamentares, aprovem algum tipo de legislação para restringir, por exemplo, as decisões monocráticas do Supremo. A gente sabe que essa é uma queixa muito recorrente dos parlamentares: que os ministros do Supremo estariam decidindo sozinhos sobre questões que são afeitas ao Legislativo. Com isso estaria ocorrendo a tal da politização do Judiciário.”

Para Mello Franco, embora o pior cenário para o Supremo fosse a vitória de Rogério Marinho, a reeleição de Lira e Pacheco indica que o Judiciário continuará pressionado pelos próximos anos.

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