Por Gabriella Rocha*
Você sabia que 80% dos cães com mais de três anos de idade já sofreram de doença periodontal? No dia 20 de março, Dia Mundial da Saúde Bucal, é preciso reforçar a importância de cuidar, também, da higiene dos nossos fiéis companheiros: os animais de estimação. Assim como os humanos, os pets também necessitam de cuidados.
Algumas doenças bucais caninas apresentam os mesmos alertas que no organismo humano. O mau hálito, por exemplo, pode ser um indício de que o animal esteja sofrendo de doença periodontal, em que se cria tártaro, tanto por debaixo quanto por cima da linha das gengivas. A doença pode ser tratada rapidamente, se diagnosticada no início. Se não for tratada, pode desencadear complicações sérias para o animal, como perda de dentes e migração de bactérias para os rins, fígado e coração.
Originada pela proliferação de bactérias na boca do animal, a doença periodontal quase não apresenta sinais, tornando-a ainda mais perigosa. Geralmente, o desenvolvimento da doença periodontal tem a mesma razão: a falta de cuidado do tutor. Pesquisas mostram que 90% deles acreditam que os dentes e as gengivas de seu animal estão saudáveis, porém, quatro em cada cinco cães com mais de 3 anos de idade tem problemas nas gengivas.
Por este motivo, os cães devem ser submetidos ao exame oral regularmente, especialmente se apresentarem algum dos 4 fatores de risco abaixo:
- Possuir mais de 3 anos de idade;
- Ter cálculo dental (tártaro);
- Apresentar dentes mal posicionados;
- Demonstrar salivação excessiva;
- Apresentar dificuldade de mastigar o alimento.
Por possuírem dentes proporcionalmente grandes se comparados ao reduzido tamanho e espaço de sua boca, os cães pequenos têm predisposição ao acúmulo de placa bacteriana, o que favorece a formação de tártaro e, consequentemente, o mau hálito. Mas o risco vai além da boca: ela apenas facilita a entrada de bactérias na corrente sanguínea, o que pode acarretar outras complicações à saúde do animal e afetar, inclusive, órgãos vitais ou causar malefícios às articulações.
Os cuidados com saúde bucal incluem:
- Escovação regular, complementada com produtos funcionais mastigáveis específicos para a saúde bucal;
- Visitas frequentes ao médico veterinário;
- Uso diário de produtos que combatam a formação do tártaro e melhoram a qualidade de vida dos cães.
A partir dos seis meses de idade do animal, o hábito de escovar os dentes do seu pet é essencial. Uma dica importante é associar a escovação a um estímulo positivo, como uma brincadeira, um passeio ou um carinho, o que ajudará na aceitação dessa ação rotineira pelo animal. Você não sabe direito como fazer isso? Então dá uma olhada nessas dicas:
- O uso de pasta dental veterinária facilita a escovação, mas não é obrigatório, pois a fricção da escova já é suficiente para limpar os dentes;
- Utilizar, com delicadeza, uma escova dental com cerdas macias evita lesões. As escovas para humanos podem ser utilizadas, porém as versões veterinárias têm a vantagem da ergonomia, pois são desenvolvidas conforme a anatomia oral dos cães;
- A pasta dental para humanos não é recomendada porque o teor de flúor presente nelas é tóxico para os animais;
- O cão deve estar bem acomodado. Carícias e mimos ajudam a deixá-lo receptivo à escovação;
- A escova necessita estar posicionada a um ângulo de 45° em relação à superfície dos dentes para que as cerdas penetrem suavemente no sulco gengival. Movimentos circulares são corretos;
- A escovação deve ser iniciada pelos dentes posteriores (do fundo), pois os cães tendem a aceitar melhor se comparada à escovação quando iniciada pelos dentes da frente;
- Para habituar o animal, pode-se iniciar escovando apenas a face externa de alguns dentes posteriores e aumentar a quantidade de dentes a cada sessão. À medida que o cão se acostumar com o hábito, vale iniciar a higienização na superfície interna também.
*Estagiária sob supervisão de Marjana Vargas
