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Volta às aulas é prioridade, sim!

Westphalen diz que volta deve ocorrer com a adoção de protocolos que assegurem o bem-estar da comunidade escolar. (Foto: Agência Brasil)

A educação é o único caminho reto para o desenvolvimento de uma nação. Por isso, o decreto do Governo do Estado que finalmente permite a realização de aulas presenciais para uma parcela dos alunos é uma decisão tão esperada — e comemorada. Já considerado atividade essencial pela Câmara dos Deputados, esse retorno será decisivo para que uma geração de brasileiros não sofra consequências que podem perdurar por décadas.

A volta deve ocorrer com a adoção de protocolos que assegurem o bem-estar da comunidade escolar. Há uma grande mobilização para que os profissionais da educação sejam incluídos nos grupos prioritários da vacinação, mas isso não pode ser o único determinante para os estabelecimentos de ensino reabrirem.

Escolas são espaços seguros de conhecimento, partilha, apoio e acolhimento. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a crise sanitária e financeira potencializou a violência infantil. Os registros estão subnotificados, pois as denúncias se originam, em sua maioria, de escolas.

Na pandemia, as desigualdades no ensino ficaram ainda mais acentuadas. No Brasil, cerca de seis milhões de estudantes, desde a pré-escola até a pós-graduação, não têm acesso à internet banda larga em casa e não conseguem participar do ensino remoto. Desses, 5,8 milhões são alunos de instituições públicas de ensino. Muitos dependem do celular do pai ou da mãe para ter acesso aos conteúdos, o que nem sempre é possível. Para além do déficit de aprendizagem e da falta de aulas, a consequência se traduz na evasão. É urgente mudar essa realidade!

Somado a isso, é preciso lembrar que a escola é o espaço onde as crianças aprendem a se prevenir contra o coronavírus e multiplicar as informações junto à família e aos vizinhos. É também o lugar de fazer uma refeição balanceada no dia — para muitos, a única do dia. Era sinônimo de ambiente seguro quando os pais saíam para trabalhar. Na área da saúde, por exemplo, cerca de 70% dos profissionais são mulheres, que têm em suas rotinas a grande preocupação de quem ficará com os filhos. E o que sobrou neste ano de fechamento? Além de recorrer a avós, tias, muitos pais se valem até de creches e escolinhas clandestinas para poder trabalhar e manter o sustento das famílias.

Portanto, se realmente queremos cuidar das nossas crianças, elas têm de estar na escola — e esperamos que o decreto do Governo do Estado não seja anulado, como em outras ocasiões. Não temos o direito de deixar que os estudantes percam mais um ano letivo — e com ele, a socialização, a integração e o aprendizado que só o ambiente escolar pode oferecer.

Pedro Westphalen
Deputado federal (Progressistas/RS)

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