A empresária e influenciadora digital Kamila Monteiro, esposa do médico porto-alegrense Victor Sorrentino – preso no Egito acusado de assediar uma vendedora no país – afirmou que o marido “foi imaturo e inconsequente”, mas que “sem dúvidas voltará outro homem”.
Em publicação nos stories do Instagram, a empreendedora disse que foi julgada por perdoá-lo, o que não significa que ela compactua com a atitude do marido. Ela ainda escreveu que acredita ter sido “realmente uma lição de evolução para ele”.
“Todos nós sabemos que ele errou, foi imaturo e inconsequente. Há uma diferença enorme entre ‘passar pano e perdoar’. Muitas pessoas, principalmente mulheres, me julgaram por perdoá-lo. Mas, o fato de perdoá-lo não significa que não iremos repreender o erro dele. No entanto, é inevitável que o amor leve ao perdão. Tenho certeza de que nada acontece sem um motivo. E creio que isso foi realmente uma lição de evolução para ele. Talvez esse tenha sido um aviso de uma nova missão de vida… Sem dúvidas ele voltará outro homem. Mais maduro e responsável. Pois, nunca é tarde para se tornar alguém melhor”, publicou Monteiro em resposta a um texto do nutricionista e palestrante Luciano Bruno, amigo de Sorrentino.
Na quinta-feira (3), a família do médico divulgou uma carta com um pedido de desculpas em inglês e árabe à vítima e ao Estado do Egito. O texto foi publicado na conta de Instagram da irmã do médico, Patricia Sorrentino, e assinado por familiares dele e pela esposa, Kamila Monteiro.
“Com relação aos recentes eventos relacionados ao caso do médico brasileiros Victor Sorrentino no Egito e aos danos materiais e morais causados a todos aqueles que foram afetados. Nós, a família de Victor Sorrentino, e em nome de Vitor, oferecemos um pedido de desculpas oficial à vítima, sua família e a todos aqueles que foram atingidos pelo ocorrido. A todo amado povo egípcio e a todos os oficiais do Estado do Egito nós oferecemos nossos sentimentos mais sinceros e nos comprometemos a reparar todos os danos morais e materiais. Pedimos que aceitem nosso pedido de desculpas”, diz a carta.
Na semana passada, o médico e influenciador postou em sua conta no Instagram um vídeo em que pergunta a uma vendedora local em português: “Elas gostam é do bem duro. Comprido também fica legal, né?”. No que a mulher sorri sem graça ao não entender o que o médico dizia.
O vídeo foi postado e depois apagado no perfil do médico, com quase 1 milhão de seguidores. Após a repercussão, Sorrentino apagou o stories, postou outro pedindo desculpas e dizendo que foi apenas uma “brincadeira”, além de ter restringido o acesso ao perfil, que antes era público. O médico também postou um vídeo em que diz que “não suporta injustiça, pessoas que não te conhecem falando de ti”.
Victor foi detido no último domingo, 30, no Cairo. A prisão foi fruto de um movimento iniciado por brasileiros e expandido por ativistas feministas egípcias. Essa articulação fez com que as ofensas verbais contra a vendedora de papiros chegassem a autoridades do país, que agora o acusam formalmente e estenderam a sua prisão.
Ele foi formalmente acusado de expor a vítima a insinuação sexual verbal, cuja pena é de 6 meses até 3 anos de prisão e multa não inferior a EGP 5.000 (cerca de R$1.643), ou uma das duas penalidades; transgressão contra os princípios e valores familiares da sociedade egípcia, com pena mínima de 6 meses de prisão e multa não inferior a EGP 50.000 (cerca de R$16.429), ou uma das duas penalidades; violação da santidade da vida privada da vítima e uso de conta digital privada para cometer esses crimes, ambas acusações também sujeitas a pena mínima de 6 meses de prisão e multa não inferior a EGP 50.000, ou uma das duas penalidades.
Se acusado de assédio sexual, o médico também pode ser condenado a um mínimo de 6 meses até 3 anos de prisão e multa não inferior a EGP 3.000 EGP (cerca de R$985), ou por uma dessas duas penalidades. As informações são dos jornais Extra e O Estado de S. Paulo.
