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“Vou descer da rampa preso por atos antidemocráticos”, disse o ex-presidente Jair Bolsonaro em reunião ministerial de 2022

Em reunião de julho de 2022, Bolsonaro convoca ministros a agir antes da eleição. (Foto: Reprodução)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alertou sobre a possibilidade de ser preso por “ato antidemocrático” em reunião ministerial realizada em 5 de julho de 2022, meses antes da disputa eleitoral em que não conseguiu se reeleger. O vídeo é citado pela Polícia Federal como indício da existência de uma “dinâmica golpista” no governo passado. As imagens foram mencionadas na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na qual o magistrado autorizou mandados de busca e apreensão e prisão da Operação Tempus Veritatis, que teve como alvos o ex-mandatário e aliados.

“Eu não tenho dúvida do que está acontecendo. Não tenho prova de muita coisa, mas não tenho dúvida. (…) Eu tenho que me virar acreditando que vai dar tudo certo ano que vem? Eu vou descer daqui da rampa preso por atos antidemocráticos”, afirmou o ex-presidente.

Alvos da PF

Na quinta-feira, Bolsonaro e ex-ministros, como o general Braga Netto (Casa Civil e Defesa), foram alvos da PF após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O vídeo da reunião, que ocorreu em julho de 2022, foi obtido pela Polícia Federal (PF) e liberado nessa sexta-feira (9) por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Dinâmica golpista

Na decisão em que o ministro autoriza uma série de medidas, ele pontua que a reunião “revela o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo” manifestando-se todos os investigados que dela tomaram parte no sentido de validar e amplificar a massiva desinformação e as narrativas fraudulentas sobre as eleições e a Justiça eleitoral”.

Conforme a investigação, o grupo atuava no sentido de descredibilizar o sistema eleitoral ao mesmo tempo em que buscava apoio de militares para impedir que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tomasse posse. Mensagens apreendidas pela PF mostram que o grupo buscou prova de fraudes do sistema eleitoral, mas mesmo sem êxito, insistiam na desinformação. As informações são do jornal O Globo.

 

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