Ícone do site Jornal O Sul

WhatsApp bloqueia dois milhões de usuários em um mês na Índia por abuso de mensagens

O serviço pelo WhatsApp estará disponível das 10h às 16h, de segunda a sexta. (Foto: Reprodução)

O WhatsApp bloqueou mais de dois milhões de usuários na Índia em apenas um mês por violarem suas regras, revelou a empresa norte-americana em seu primeiro relatório após a polêmica nova legislação sobre redes sociais no país asiático.

O acesso da maioria desses internautas foi cortado por abuso de mensagens de spam. A empresa, propriedade do Facebook, impôs um limite às trocas de mensagens, em uma tentativa de combater as notícias falsas.

A Índia adotou em maio uma nova legislação para regulamentar as empresas de redes sociais, obrigando-as a informar todo mês suas ações, para vigiar suas plataformas.

“Mantemos capacidades avançadas para identificar essas contas que enviam um alto ou anormal número de mensagens e proibimos dois milhões de contas só na Índia, de 15 de maio a 15 de junho, para impedir este tipo de abuso”, afirmou o WhatsApp em seu relatório publicado na quinta-feira.

A empresa americana afirmou que seu principal objetivo é “prevenir a propagação de mensagens prejudiciais e indesejáveis”.

Dezenas de pessoas foram assediadas em 2018 na Índia após divulgação de rumores pelo WhatsApp por grupos criminosos que roubam crianças.

Os incidentes levaram o aplicativo de mensagens a introduzir um limite de reenvios em massa no país.

O WhatsApp e alguns veículos de comunicação indianos denunciaram a nova legislação sobre redes sociais aos tribunais.

Os críticos afirmam que o governo está tentando reduzir a dissidência, enquanto as autoridades afirmam que a regulamentação pretende que as redes sociais sejam mais seguras.

Segundo a legislação, as plataformas de redes sociais têm que compartilhar detalhes do primeiro autor do tuíte ou mensagem maliciosa ao considerarem que pode arruinar a soberania, a segurança ou a ordem pública da Índia.

No entanto, o WhatsApp afirmou que a regulamentação viola as leis de privacidade da Índia.

O aplicativo tem mais de 400 milhões de usuários na Índia, que é seu maior mercado, e 2 bilhões de usuários em todo o mundo.

Embora o WhatsApp esteja cumprindo com alguns aspectos das novas regras, ele processou o governo indiano por causa de um dos requisitos. As autoridades indianas querem que as empresas rastreiem a “origem” das mensagens, se solicitadas.

O governo disse que tais solicitações seriam feitas apenas em relação a crimes graves, mas o WhatsApp teme que essa medida acabe efetivamente com qualquer garantia de privacidade do usuário, ao exigir que a plataforma acompanhe todas as mensagens.

“Exigir que aplicativos de mensagens ‘rastreiem’ os bate-papos equivale a nos pedir para manter uma impressão digital de cada mensagem enviada no WhatsApp, o que quebraria a criptografia de ponta a ponta e prejudicaria fundamentalmente o direito das pessoas à privacidade”, disse um porta-voz da empresa uma declaração à CNN Business quando o processo foi aberto em maio. As informações são da agência de notícias AFP e da CNN.

Sair da versão mobile