Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 28 de março de 2018
As ações da Amazon chegaram a cair 7,4% nesta quarta-feira (28), perdendo cerca de 53,6 bilhões de dólares do valor de mercado, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicar que deseja controlar o grupo de varejo e tecnologia dos EUA.
Trump falou sobre mudar o tratamento tributário da Amazon porque está preocupado com o fechamento de pequenos varejistas familiares, informou o site Axios.
A queda das ações perdeu força após um funcionário da Casa Branca dizer que não sabia de nenhuma mudança de política específica relacionada à Amazon no momento, acrescentando que estava sempre olhando para diferentes opções em uma série de questões.
Trump atacou a empresa em relação a impostos e emprego, mas não ofereceu evidências. Jeff Bezos, presidente-executivo da Amazon, é dono do jornal Washington Post, que Trump critica com frequência.
“O Capitólio quer o sangue do Facebook, mas o presidente Trump não está interessado. Em vez disso, o gigante tecnológico que Trump quer ir atrás é a Amazon”, relatou o Axios, citando cinco fontes que discutiram o assunto com ele.
As ações de tecnologia já estavam sob pressão depois que o Facebook reconheceu no começo do mês que os dados de usuários haviam sido indevidamente coletados por uma empresa de consultoria.
“Com o Facebook e as preocupações regulatórias, a última coisa que os nervosos investidores em tecnologia queriam ver era a notícia de que Trump está mirando Bezos e a Amazon nos próximos meses, enquanto continua pairando essa nuvem sobre as ações e aumenta o perfil de risco aos olhos do mercado acionário”, disse o analista da GBH Insights Daniel Ives.
Menos de duas horas no pregão, volume de negócios com as ações da Amazon já havia excedido a média diária móvel de 10 dias.
Por volta das 16h, as ações da varejista recuavam cerca de 4,5%, a 1.429 dólares.
Três pilares
A Amazon está baseada em três pilares: a loja on-line, o programa de benefícios Amazon Prime e a AWS (Amazon Web Services), divisão responsável pelos serviços a empresas.
No passado, os dois primeiros pilares eram os mais importantes e ajudaram a Amazon a se tornar a varejista a alcançar mais rápido a receita anual de US$ 100 bilhões. Hoje, é o terceiro pilar que dá segurança à empresa para inovar. “A AWS é uma área com margem de lucro maior que a do varejo”, diz David Mitchell Smith, vice-presidente de pesquisas da consultoria Gartner.
Erros e acertos
A história da Amazon, porém, não é feita só de acertos: em 2014, em meio ao ‘boom’ dos smartphones, a empresa lançou seu próprio aparelho, o Fire Phone. Apesar das investidas, o projeto minguou. O fracasso gerou aprendizado. “Sabemos aproveitar as falhas”, diz Alex Szapiro, diretor- geral da Amazon no Brasil. “Muitos que trabalharam no Fire Phone hoje estão na equipe da Alexa.”