Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2019
A Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária por 30 dias do professor de kung fu Luiz Fabiano do Nascimento, acusado de abusar sexualmente de ao menos dez alunas, uma delas menor de idade, desde 2014. Ao justificar o pedido de prisão, a Polícia Civil alegou que havia risco de fuga, já que o professor iria participar de uma competição nos Estados Unidos no mês que vem. O Ministério Público concordo com o pedido, concedido pelo juiz Jean Thiago Pereira. As informações são do jornal O Globo.
Segundo a polícia, ex-alunas de Nascimento formaram um grupo de Whatsapp para trocar mensagens sobre os supostos abusos. Uma delas relatou que, em 2014, quando tinha 11 anos, foi “apalpada” pelo professor enquanto estava provando o uniforme na academia.
As demais vítimas têm entre 16 e 34 anos. Os depoimentos seguem um mesmo padrão. Na maioria dos casos, segundo as mulheres, Luiz usava o pretexto de corrigir a postura delas ou um movimento para passar a mão em suas partes íntimas.
Uma arquiteta de 29 anos disse que teve os seis tocados pelo professor. Outra mulher, de 32, relatou que o acusado encostou em sua virilha.
Em depoimento divulgado pela TV Globo, Luiz negou que tenha assediado quaisquer de suas alunas. Ele disse que dá aulas há cerca de 20 anos e que é normal encostar nos alunos para orientá-los a fazerem os exercícios corretamente, evitando lesões.
Abuso sexual na ginástica
Acusado de uma série de abusos sexuais contra crianças e adolescentes, Fernando de Carvalho Lopes, ex-treinador da seleção brasileira masculina de ginástica artística, foi banido do esporte em março deste ano. A decisão foi tomada em julgamento do Pleno do STJD da modalidade, na sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em Aracaju. A punição teve efeito imediato. Os abusos do ex-treinador teriam acontecido no período entre 1999 e 2016. Além do afastamento em definitivo, Fernando de Carvalho foi condenado a de pagar uma multa de R$ 1,6 milhão.
Embora não caiba recurso à punição, os advogados de algumas vítimas do ex-treinador cogitam recorrer ao TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), na Suíça. Este foi o segundo julgamento de Fernando. No primeiro, em novembro passado, na Primeira Comissão do STJD, em Brasília, ele foi condenado a 1.440 dias de suspensão (quase quatro anos) e multa de R$ 300 mil.
“Esse caso transcende o esporte brasileiro, é uma decisão histórica, exemplar, que exigiu apelo às leis internacionais. Esse caso não tem valores éticos, valores morais que regem o esporte. É triste acompanhar uma história dessas, mas ficamos satisfeitos com o resultado no tribunal”, afirmou na época Alexandre Miranda, advogado das vítimas.