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Por Redação O Sul | 21 de maio de 2018
A Nasa (a agência espacial norte-americana, na sigla em inglês) pretende medir exaustivamente o ciclo da água da Terra através de uma missão que lançará nesta terça-feira (22), conhecida como GRACE-Follow On (GRACE-FO), com o objetivo de determinar a velocidade do degelo e do movimento da água no globo terrestre.
Este programa espacial continuará “o legado” da primeira missão GRACE, que completou 15 anos de exploração espacial em janeiro de 2017, segundo explicou nesta segunda-feira, David Jarett, diretor da missão na divisão de Ciência da Terra da agência espacial.
Essa missão “revolucionária”, lançada em 2012, assentou as bases da compreensão do movimento da água na Terra em profundidade, a mesma meta que persegue agora a segunda parte da exploração da Nasa.
Os satélites da GRACE-FO, que orbitarão a Terra a 220 quilômetros de distância, serão lançados nesta terça-feira às 12h47min (horário local, 16h47min de Brasília) da Base Aérea Vandenberg, na Califórnia, em um foguete Falcon 9 da empresa SpaceX.
“Esta missão está basicamente relacionada com o clima e a hidrologia. Servirá para entender de que maneira temos que administrar os recursos hídricos”, declarou o cientista-chefe da missão, Frank Webb.
A Nasa deve divulgar os primeiros dados coletados pelos satélites 180 dias depois do lançamento da missão, cuja informação será analisada pelos especialistas a cada 30 dias.
No entanto, as modificações no período de um mês são mínimas, razão pela qual o interessante de estudar serão os números agregados em fases mais amplas, indicou Webb.
O cientista também lembrou que, graças à primeira parte da missão, a Nasa pôde determinar que tanto o Alasca como a Groenlândia perderam grandes quantidades de gelo durante esses 15 anos analisados.
Busca de exoplanetas
A Nasa lançou, em abril, o Tess (Satélite de Levantamento de Exoplanetas em Trânsito, na sigla em inglês), uma espaçonave especialmente dedicada à busca de exoplanetas – como são chamados os planetas que ficam fora do Sistema Solar.
O foguete Falcon 9, da empresa espacial privada SpaceX, enviou a Tess para uma órbita entre a Lua e a Terra. A nave passará pelo menos dois anos vasculhando o céu à procura de outros planetas e determinar se algum deles tem a possibilidade de abrigar vida, de acordo com os cientistas da Nasa.
Com o custo de US$ 200 milhões, a Tess substituirá o telescópio espacial Kepler, que está em operação desde 2009 e descobriu mais de 4,5 mil planetas em órbita em torno de estrelas distantes. Ao contrário do Kepler, cuja vida útil está chegando ao fim, a Tess terá a missão de procurar exoplanetas em estrelas mais próximas da Terra. Os cientistas estimam que a nave possa descobrir até 20 mil novos mundos.
Na busca por exoplanetas, a Tess utiliza o mesmo método adotado pelo Kepler. Na órbita da Terra, as câmeras desses instrumentos observam o céu em inúmeras direções, medindo o brilho das estrelas. Quando há um planeta na órbita de uma estrela, sua passagem diante dela causa uma redução minúscula de seu brilho – que o cientistas chamam de “trânsito”.