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Por Redação O Sul | 24 de julho de 2019
Relatório de Informação Financeira, da PF (Polícia Federal), aponta que o casal Gustavo Henrique Elias Santos, e sua mulher, Suellen Priscila de Oliveira, movimentaram R$ 627 mil em dois meses – abril a junho de 2018 e março a maio de 2019. Presos na Operação Spoofing por suspeita de hacker o celular do ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, de delegados da PF e de juízes, os investigados tinham, segundo a investigação, renda mensal de R$ 5.058.
“Indicou-se ainda que Gustavo movimentou em sua conta no Banco Original, entre os dias 18 de abril de 2018 e 29 de junho de 2018, o montante de R$ 424 mil, sendo que em seu cadastro bancário consta a renda mensal de R$ 2.866,00. Suelen Priscila, por sua vez, segundo as mesmas informações, movimentou em sua conta no Banco Original a quantia de R$ 203.560,00, entre 7 de março de 2019 e 29 de maio de 2019, sendo que em seu cadastro Consta a renda mensal de R$ 2.192,00”, relatou o juiz da 10.ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, na decisão que deflagrou a Spoofing.
A movimentação dos valores levou o magistrado a decretar a quebra de sigilo bancário do casal. A medida alcança ainda outros dois presos na Spoofing, Walter Delgatti Neto e Danilo Cristiano Marques, no período de 1 de janeiro a 17 de julho deste ano.
“Diante da incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal de Gustavo e Suelen, faz-se necessário realizar o rastreamento dos recursos recebidos ou movimentados pelos investigados e de averiguar eventuais patrocinadores das invasões ilegais dos dispositivos informáticos [smartphones]”, apontou.
Entenda a investigação
Os presos foram transferidos para Brasília. Segundo a PF, por questão de espaço, dois deles permaneceram na carceragem da superintendência e os outros dois, levados por volta das 23h de terça-feira (23) para local não informado. Um dos endereços alvo de buscas na terça-feira foi a residência da mãe de Gustavo Henrique Elias Santos, em Araraquara. Santos, no entanto, foi preso na capital paulista. Ele trabalha com shows e eventos, segundo investigadores.
Além do casal, detido em São Paulo, a PF prendeu em Araraquara Walter Delgatti Neto, que já responde a processos por estelionato. Segundo informações da Justiça Eleitoral, ele foi filiado ao DEM. Há, ainda, um quarto preso, em Ribeirão Preto, não identificado. O inquérito está sendo conduzido pelo delegado Luiz Flávio Zampronha, que, em 2005 e 2006, presidiu o inquérito do Mensalão. Além de Moro, procuradores da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná e outras autoridades teriam sido alvo de hackers.