Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 10 de abril de 2019
A capital da Venezuela, Caracas, e várias outras regiões do país ficaram sem luz na noite de terça-feira (9), na véspera de uma nova jornada de protestos convocada pelo líder opositor Juan Guaidó contra o colapso dos serviços básicos. O apagão ocorre três dias depois do início do plano de racionamento de energia. As informações são das agências de notícias AFP e Reuters.
O apagão, o maior em uma semana, começou às 23h20min local (0h20min desta quarta-feira em Brasília) e afeta boa parte da capital e importantes áreas de ao menos 20 dos 23 estados do país.
Entre os estados afetados estão Vargas, Miranda, Aragua, Carabobo, Cojedes, Lara, Zulia e Ilha de Margarita, segundo usuários das redes sociais.
O governo e a estatal Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec) não deram qualquer explicação sobre as causas ou o alcance da nova queda de energia.
No dia 7 de março, um apagão deixou quase toda a Venezuela sem energia por cinco dias, afetando o fornecimento de água, transportes e serviços de telefonia e internet, levando o governo a suspender as aulas e a reduzir o horário de trabalho.
O governo de Nicolás Maduro afirma que os apagões são provocados por ataques “eletromagnéticos, cibernéticos e físicos” contra a central hidroelétrica de Guri, que produz 80% da energia consumida no país, e acusa os Estados Unidos de estarem por trás do problema para gerar caos entre a população.
Mas as falhas elétricas são habituais na Venezuela há anos, e a oposição e especialistas apontam como causas a deterioração da infraestrutura por falta de investimentos e imperícia técnica.
Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, convocou para esta quarta-feira (10) uma nova jornada de protestos para tirar Maduro do poder, batizada de “operação liberdade”.
“Como venezuelanos, é nosso dever lutar pela conquista de nossa liberdade e exigir o fim da usurpação. Um dia com Maduro é mais morte e miséria para Venezuela. Vamos todos protestar nesta quarta-feira!”, disse no Twitter o Vontade Popular, partido ao qual está ligado o líder opositor Juan Guaidó.
Ajuda humanitária
O chefe de ajuda humanitária da ONU, Mark Lowcock, disse ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, nesta quarta-feira, que existe um “problema humanitário muito real” na Venezuela e que a organização está pronta para fazer mais caso receba mais ajuda e apoio de todas as partes.
“A escala de necessidade é significativa e crescente. As Nações Unidas estão trabalhando na Venezuela para expandir o fornecimento de assistência humanitária”, disse Lowcock.
“Podemos fazer mais para aliviar o sofrimento do povo da Venezuela se conseguirmos mais ajuda e apoio de todas as partes interessadas”, acrescentou.
Ele enfatizou a necessidade de os esforços humanitários serem neutros, imparciais e independentes.