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Por Redação O Sul | 17 de novembro de 2018
Familiares dos 44 tripulantes do submarino argentino ARA San Juan receberam com choque e emoção neste sábado (17) a notícia de que a embarcação foi localizada um ano após desaparecer no Oceano Atlântico. “É muito impactante. Graças a Deus eles estão em paz”, contou à agência EFE Marta Vallejos, irmã de Celso, um dos tripulantes da marinha Argentina que viajavam na embarcação quando em 15 de novembro de 2017 a comunicação foi totalmente perdida.
Segundo relatou, a notícia foi transmitida pela própria Marinha tanto a ela como a outros parentes que estão reunidos em um hotel da cidade de Mar del Plata, onde o submarino tinha sua base e onde na quinta-feira (15) foram realizadas homenagens pelo primeiro aniversário do desaparecimento.
“Nós estamos destruídos, eles dizem que vão nos mostrar fotos, acabou, fomos pegos de surpresa, achamos que o barco estava indo embora, achamos que eles não o encontrariam”, disse Yolanda Mendiola, cujo filho Leandro Cisneros, de 28 anos, estava a bordo do San Juan. “Agora queremos saber o que aconteceu… houve fracassos, com certeza, a justiça deve investigar, se houver culpado, eles devem ser punidos. Eles eram 44 “, completou.
Pouco depois das 2h local (3h, em Brasília), o Ministério de Defesa e a Marinha informaram que a companhia americana Ocean Infinity havia achado o submarino a 900 metros de profundidade, após analisar um objeto de 60 metros de comprimento que tinha sido detectado previamente por sensores. A embarcação está em uma região de cânions (espécie de rios submarinos), a 600 km da cidade de Comodoro Rivadavia, onde se tinha montado o centro de operações durante a busca.
“Vêm um monte de incógnitas agora, saber o que se passou. E sobretudo, a localização implica a ver a realidade de maneira muito crua, é muito difícil”, disse Noelia, esposa de Hugo Aramayo, um dos tripulantes, ao jornal “Clarín”.
Após dois meses de busca – tempo mínimo que por contrato a empresa deveria operar para achar submarino – a Ocean Infinity tinha anunciado nesta semana que abandonaria a expedição, pelo menos de forma temporária, para partir para a África do Sul. No entanto, este novo contato no fundo do oceano, obtido depois de revisar imagens obtidas previamente, fez atrasar seus planos e partir de navio até o local onde foi apresentado o indício.
“Um dia 15 tirou eles de nós e um dia 15 os trouxe de volta!! Tantos sentimentos temos nestes momentos, pedimos respeito para eles. #44herorespresentes#arasanjuan”, escreveram os familiares no Twitter.
Em declarações ao canal “TN”, Jorge Villarreal, pai de Fernando, outro tripulante, destacou que já na manhã da sexta-feira tinham informado que “havia indícios que coincidia com 70% e 80% com as caraterísticas do submarino”.
“Mas às vezes se dizia o mesmo e eram formações rochosas (…) Nos chama a atenção que justo nesse ponto tinham passado e não o encontraram”, reconheceu, fazendo referência à intensa busca realizada nos primeiros meses, sem resultado. Uma inspeção do casco e do interior de San Juan ajudará no avanço da investigação e explicará porque o submarino afundou.