Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2016
A separação dos jornalistas Fátima Bernardes e William Bonner endossa uma estatística crescente no país: o aumento do número de divórcios. E se maio é o mês escolhido pelas noivas para casar, agosto é o favorito para as separações, de acordo com o CNB (Colégio Notarial do Brasil), entidade que congrega os cartórios de notas.
Em agosto dobram as chances de as pessoas se divorciarem se comparado a janeiro, período com menos atos formalizados. Estatísticas mostram que desde 2007 foram 40.017 divórcios formalizados no mês de agosto, ante 33.978 de janeiro. As chances de os casais romperem o casamento aumentam em 19% no segundo semestre do ano.
“Levamos em consideração os atos praticados desde 2007, ano em que foi instituída a Lei 11.441, que permitiu a realização de inventários, partilhas, separações e divórcios nos cartórios de notas. A normativa facilitou o rompimento dos casais e desburocratizou a vida de milhares de pessoas”, afirma o dirigente do CNB Andrey Guimarães Duarte. O divórcio no Brasil é legalizado desde 1977.
Entre famosos que se separam após anos juntos estão casais como Joelma e Chimbinha, da Banda Calypso, os atores Alexandre Borges e Julia Lemmertz, o jogador Kaká e Carol Celico.
A última pesquisa de Registro Civil do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que em 2014 o Brasil registrou 341,1 mil divórcios. Dez anos antes esse número era de 130,5 mil registros, um aumento de 161,4%. A pesquisa com os dados de 2015 será divulgada em novembro. A taxa de divórcio é maior entre casais com dez anos de união.
Fátima e Bonner fogem à regra.
Para a psicóloga Glauce Correa Fátima e Bonner fogem à regra, já que eram casados há 26 anos. Segundo a especialista, a emancipação da mulher e a sua independência profissional a leva a se perceber mais livre – esse também é um dos motivos apontados pelo próprio IBGE para o aumento de divórcios. “Hoje em dia, casar e divorciar não é mais tão complicado. Além do fato de que casais se juntam no momento de paixão de início de relacionamento e não com um amor mais estabelecido e amadurecido. E isso não resiste quando o casamento entra em fase de concessões e rotinas. O amor de início de relacionamento é avassalador, mas não maduro para transpor a convivência diária”, observa.
Ainda de acordo com Glauce, na busca de uma paixão explosiva, é comum encontrar pessoas com enlaces sequenciais. “Separar é algo fácil. Então o que vemos com muita frequência são pessoas que já estão no terceiro ou quarto casamento. Muitas vezes deixando filhos dessas relações fracassadas”, opinou. (AD)