Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2015
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Nada como uma notícia nova para abafar um problema antigo: o governo federal vai cortar 10 dos atuais 39 ministérios até setembro. Fará ainda uma racionalização da máquina pública, com redução de secretarias e integração de órgãos públicos. Contrapõe-se a outro anúncio desta segunda-feira: a dívida pública federal subiu 0,78 por cento em julho, atingindo 2 trilhões e 600 bilhões de reais.
O cabidão ministerial para manter a governabilidade vem abaixo. Depois que a abertura de vagas no 1º escalão não deu efeito, o jeito é enxugar. Criar mais ministérios é fácil, obter a retribuição fica mais difícil. As recentes derrotas do governo na Câmara dos Deputados comprovam o descaminho de uma estrutura cara e pouco produtiva.
O inchaço tem 125 anos. Quando a República foi proclamada, em 1889, o presidente Deodoro da Fonseca instalou oito ministérios. Até 1930, houve acréscimo de apenas um. Chegando ao poder, Getúlio Vargas elevou para dez. Com Juscelino Kubitschek, em 1956, passaram a ser 11 ministérios. O regime militar encerrou o ciclo com 16. Tancredo Neves planejou o governo com 23. José Sarney ampliou para 31. Fernando Henrique Cardoso incluiu mais três. Lula passou para 38 e a presidente Dilma chegou a 39.
Agora, as comparações. A Rússia tem 30 ministérios; na França, são 20; Chile também 20; Japão, 19; Inglaterra, 18; Estados Unidos, 15. O Brasil só perde para o Gabão, que soma 40 ministérios. A antiga colônia francesa, situada na África, tornou-se independente em 1960. Ao longo de 55 anos, teve apenas três presidentes, o que revela o nível da sua cultura política.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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