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Por Redação O Sul | 28 de maio de 2017
Desconhecido até mesmo em Cuiabá, no Mato Grosso, onde mora há 22 anos, o operador de áudio Aroldo Maciel Máximo dos Santos, 44 anos, é uma celebridade no Chile, onde chega a precisar de escolta para conseguir circular em locais públicos.
São mais de 400 mil seguidores nas redes sociais, entrevistas concedidas para quase todas as emissoras de TVs do país e até uma carta do ex-presidente chileno Sebastián Piñera com agradecimentos pelos serviços prestados àquela nação.
O motivo de tanto interesse: desde 2012, Maciel conseguiu antecipar a chegada de dez abalos sísmicos registrados no outro lado dos Andes. Todos eles com magnitude acima de 6 pontos na escala Richter.
O método que tenta entender o padrão dos tremores pelo mundo é polêmico inclusive entre os cientistas da área. Até hoje, os pesquisadores de abalos sísmicos são céticos. Para eles, é impossível prever com precisão quando virá um terremoto.
No Chile, marcado por frequentes abalos sísmicos, os serviços de monitoramento registraram, em 200 anos, 97 terremotos de magnitude acima de 7 pontos na escala Richter.
O último evento antecipado pelo brasileiro, de 6,9 graus na escala Richter, atingiu a região de Valparaíso em 24 de abril.
A história do operador é ainda mais inusitada porque ele jamais estudou geologia – ou área correlata – para conseguir desenvolver a tese que defende.
Ele descobriu um padrão de eventos pesquisando sozinho em um site que monitora tremores em todo o planeta. Imprimiu relatórios de eventos que ocorreram em um intervalo de dez anos, um calhamaço, e passou a analisar os eventos de maior intensidade.
Alguns cientistas brasileiros criticam Santos por ele não ter diploma de geólogo. Mas ele conseguiu um aliado: George França pesquisador do Observatório Geológico da Universidade de Brasília, que chegou publicar um trabalho em um congresso em parceria com o caçador de terremotos autodidata.