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Por Redação O Sul | 1 de fevereiro de 2017
Um padre que foi assassinado no ano passado, nos Estados Unidos, já havia pedido, 22 anos antes, que o assassino fosse perdoado. O reverendo Rene Robert era contrário à pena de morte e escreveu uma carta em que parece prever a própria morte.
Na carta, o padre católico pedia que aquele que um dia tirasse a sua vida fosse poupado da execução “não importa quão hediondo tenha sido o crime ou o quanto eu possa ter sofrido”.
Agora, os bispos católicos esperam que o documento convença os promotores a reverter a decisão que condenou Steven James Murray à pena de morte, depois de sequestrar e matar o padre, em abril do ano passado, no Estado da Geórgia (EUA), onde existe a pena de morte.
O reverendo Robert tinha 71 anos e vivia na cidade costeira de Saint Augustine, no Estado da Flórida (EUA). Seu corpo foi encontrado sete dias depois do crime, crivado de balas, em uma mata da Geórgia. De acordo com as autoridades, o religioso foi morto por Steven Murray, a quem vinha tentando ajudar há vários meses.
Em 1995, o padre franciscano escreveu uma carta, considerada pela Igreja católica uma “declaração de vida”, que foi testemunhada e registrada em cartório. “Eu peço que a pessoa considerada culpada do meu assassinato não seja submetida à pena de morte em nenhuma circunstância”, escreveu.
Agora, bispos católicos estão protestando contra a decisão da Promotoria, que pede a pena de morte para o homem acusado de ter assassinado Robert. Amigos lembram que o padre dedicou a vida a ajudar os mais vulneráveis, como condenados, viciados em drogas e pessoas com problemas mentais. (AG)