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Saúde Cientistas criam remédio que altera DNA e evita multiplicação de câncer

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Medicamento interfere na interação entre o DNA e as proteínas, podendo “barrar” o que não é desejado, como o câncer. (Foto: Reprodução)

Cientistas da Universidade de Brasília desenvolveram uma droga capaz de alterar a estrutura do DNA e assim evitar a multiplicação de células com câncer. A pesquisa começou há quatro anos, e o grupo aguarda atualmente a liberação de 170 mil reais para prosseguir com o estudo. A expectativa é de que o remédio já esteja no mercado daqui a 12 anos.

De acordo com os pesquisadores, a descoberta partiu da ideia de enxergar o nucleossomo – unidade da cromatina, que compacta o DNA dentro da célula – como alvo terapêutico. O medicamento atua conectado a ele, modulando a abertura e o fechamento das fitas de informação genética. Assim, ele interfere na interação entre o DNA e as proteínas, podendo “barrar” o que não é desejado, como o câncer.

A tecnologia não impede o surgimento da doença, mas evita que células com informações genéticas não desejadas se reproduzam. “No câncer, por exemplo, temos uma alta proliferação celular, e isso acontece porque a expressão de vários genes está desregulada na célula. Se regulamos essa disfunção, tratamos o câncer”, explica a biomédica e doutoranda em patologia molecular Isabel Torres.

Esperança.

“Não esperamos que essa nova classe de drogas cure a doença, mas, sem dúvida, ela representa uma esperança aos pacientes que não respondem a terapias tradicionais. A ideia é associar essas novas moléculas a outras drogas disponíveis no mercado para obtenção de uma melhor resposta clínica.”

Orientador da pesquisa, o professor e médico Guilherme Santos acredita que o procedimento possa ser utilizado contra vários tipos de câncer, como o glioblastoma (no cérebro) o melanoma (na pele), além de doenças hormonais e obesidade. Os primeiros resultados do trabalho foram publicados na revista Trends in Pharmacological Sciences – Cell no final de março.

A próxima etapa envolve testes em camundongos e ainda não tem data para acontecer por falta de recursos. Para recrutar investidores enquanto esperam dinheiro de fundos de pesquisa, os cientistas criaram a start-up Nucleosantos Therapeutics. A ideia é que ela descubra e desenvolva mais moléculas que possam se ligar a nucleossomos.

Isabel afirma que a nova tecnologia surge como alternativa para pacientes que perderam as esperanças nos tratamentos convencionais. “Como cientista, acreditamos que essa estratégia inovadora terá um grande impacto na forma de observar o funcionamento celular e com isso poder intervir precisamente em distúrbios celulares. É incrível observar que poderemos modular diretamente a expressão gênica e, consequentemente, o conteúdo proteico das células.”

Etapas.

A pesquisa foi dividida basicamente em quatro etapas: desenho e simulações das potenciais drogas; experimentos que demonstrem a interferência nas interações feitas pelo DNA; experimentos em animais; e testes em seres humanos.

Ainda não há definição sobre o formato do novo medicamento, mas a equipe estuda testá-lo tanto via oral quanto injetável. “Precisamos de financiamento para podermos avançar nessa pesquisa. Seria ótimo podermos contar com dinheiro de doações de empresas e pessoas ricas – milionários com ações filantrópicas –, a exemplo do que ocorre em outras grandes universidades, como Harvard [EUA] e Cambridge [Inglaterra]”, diz a biomédica. (AG)

tags: Saúde

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https://www.osul.com.br/cientistas-criam-remedio-que-altera-dna-e-evita-multiplicacao-de-cancer/ Cientistas criam remédio que altera DNA e evita multiplicação de câncer 2015-09-01
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