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Por Redação O Sul | 5 de maio de 2018
Após trocar farpas com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o ex-ministro e pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou nesse sábado, que a chance de uma aliança entre os dois partidos no primeiro turno das eleições presidenciais é “próxima de zero”. O presidenciável disse que já está procurando outros nomes e conversando com os outros partidos para definir o vice de sua chapa, mas deixou claro que uma negociação com o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Lava-Jato, seria bem recebida.
“Para algumas pessoas, que não tem treinamento, que não tem nível, que não tem vida crítica, não conhece o País, outros valores importantes parecem prevalecer sobre o valor maior, que é o nosso País e a sorte do nosso povo”, declarou. Ciro negou, no entanto, que estivesse referindo-se diretamente a Gleisi Hoffmann.
Ele destacou que não está procurando aproximação com o PT, mas deixou claro que ainda espera uma negociação com o partido. “Claro que seria [um apoio bem-vindo], só que sou um homem vivido e a natureza do PT, e eu compreendo e respeito, é ter o seu próprio candidato.” Ele repetiu que é preciso “respeitar o PT e dar a eles o tempo que eles precisam”.
“Todo dia eles falam de mim, eu estou tocando minha bandinha, já convidei outras pessoas para vice e estou discutindo com outros partidos”, emendou. Quando questionado sobre qual é a chance de uma aliança com o PT no primeiro turno, o ex-ministro disse ser próxima de zero. “Não tenho a menor ideia, mas acho que é próxima de zero.”
Ciro citou como um pretenso vice apenas o empresário Josué Alencar, filho do ex-vice-presidente José de Alencar. Ele negou que o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa, possível pré-candidato do PSB, esteja no rol de conversas. “Ele é muito grande e a gente tem que respeitar o homem.”
Para Ciro, um “vice ideal” é um “homem da produção” que seja respeitado pelo setor industrial. O pré-candidato afirmou que é preciso fazer uma “desratização” do Congresso Nacional e que espera uma renovação em torno de 60% a 70% no Parlamento nestas eleições.
Em conversa com jornalistas, Ciro defendeu o fim do foro privilegiado para todos os cargos no País. A exceção, citou, seria atos do presidente da República, evitando que o mandatário fosse julgado por um juiz de primeira instância por conta de medidas de governo.
“É preciso acabar pura e simplesmente para todo mundo, isso é uma excrescência completa”, disse, afirmando que a mudança deveria ser feita pelo Congresso Nacional, e não pelo STF. “Essa ideia do judiciário ocupar esse vácuo legislando é uma distorção grave que tem ser encerrada.”
Visita a Lula
Na sexta-feira, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) indeferiu liminarmente pedido de visita ao ex-presidente Lula, preso em Curitiba, feito por Ciro Gomes, pelo presidente do PDT, Carlos Lupi, e deputado federal André Figueiredo. Ciro disse que recebeu a notícia com “muita estranheza” e que tem direito de visitar o petista como “amigo”. Ele negou que queira conversar com Lula sobre política. “Vou falar com ele sobre coisas pessoais: velho camarada, então, rapaz, que merda é essa que fizeram? Imagina se eu vou chegar lá falando de política.”