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Economia Crise econômica na Venezuela põe em perigo o sustento de Cuba

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Autoridades venezuelanas dizem que o governo cubano passou por muitas dificuldades e que não deixará a crise econômica afetar a aliança. (foto: Reprodução)

Carregamentos diários de mais de 100 mil barris de petróleo da Venezuela subsidiado, a seiva da economia cubana, despencaram em mais de 50% desde 2013, segundo negociadores de de petróleo e operários de refinarias cubanas. Em novembro, Cuba teve de comprar petróleo no mercado aberto pela primeira vez em 12 anos, devido ao colapso da produção venezuelana.

Enquanto isso, milhares de médicos cubanos que trabalhavam em favelas na Venezuela em troca do petróleo enviado para Cuba estão voltando discretamente para casa, reduzindo um importante vestígio dos populares programas sociais que Hugo Chávez deixou para seu agora combalido sucessor, Nicolás Maduro. A ponte aérea entre os dois países caribenhos também se dissolve: a maior companhia aérea de Cuba, a Cubana de Aviación, interrompeu os voos regulares a Caracas no começo do ano. Voos charter da capital venezuelana para Havana também diminuíram com a queda da demanda.

À primeira vista, os líderes dos dois países seguem fiéis a uma união inquebrantável, que críticos chamam zombeteiramente de “Cubazuela”. Quando Fidel Castro morreu, o governo da Venezuela declarou três dias de luto. Maduro e uma grande delegação de dirigentes venezuelanos passaram vários dias em Cuba para prestar suas honras.

Durante o período de prosperidade sob o comando de Chávez, que se proclamava filho espiritual de Fidel Castro, a Venezuela reativou e ampliou a refinaria de petróleo em Cienfuegos, tornando-a a maior empregadora da cidade. A Venezuela construiu casas e colocou nas ruas novos ônibus urbanos. A generosidade ajudou a cidade a se recuperar parcialmente do colapso das usinas de açúcar da região e a virar um símbolo da união econômica entre os dois países. “No fundo, somos um só governo, um só país”, disse Chávez, em 2007.

A revenda do petróleo subsidiado da Venezuela no mercado livre rendeu bilhões de dólares para Cuba, permitindo que o país se reerguesse após o fim da União Soviética, sua benfeitora durante a Guerra Fria. Mas, hoje, isso tudo mudou na cidade portuária de Cienfuegos. Moradores dizem que seu futuro agora está nas mãos de turistas e investidores americanos, não com Maduro.

O fim das operações da refinaria já aumentou consideravelmente o custo de vida de muitos moradores, que contavam com a gasolina barata para amenizar a situação. Em outubro, as exportações venezuelanas de petróleo bruto e produtos refinados a Cuba, que geram a maior parte da eletricidade da ilha, tinham caído para cerca de 55 mil barris ao dia, ante o pico de 115 mil em 2008, segundo dados da Petro-Logistics SA. Negociadores da commodity dizem que as entregas caíram mais desde então.

A produção de petróleo bruto na Venezuela diminuiu tanto que a estatal Petróleos de Venezuela SA teve de comprar o produto no exterior para cumprir suas obrigações mínimas com Cuba nos meses de dezembro e janeiro, de acordo com negociadores envolvidos nas operações. Depois disso, é possível que o governo cubano tenha de ir atrás, por conta própria, da maior parte do petróleo que necessita.

Autoridades venezuelanas dizem que o governo cubano passou por muitas dificuldades desde o fim da União Soviética e não deixará a crise econômica da Venezuela afetar a aliança. Com o petróleo venezuelano escasseando, Cuba está sendo obrigada a reduzir sua parcela no acordo de troca de recursos, convocando de volta o pessoal da área médica que ajudou a tornar Chávez popular.

Muitos dos médicos que retornam não estão sendo substituídos e os profissionais cubanos da área cada vez mais se recusam a ir para a Venezuela devido à crescente violência no país. Além disso, centenas de profissionais que estavam na Venezuela deixaram o país, tentando ir para os Estados Unidos. (WSJ)

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https://www.osul.com.br/crise-economica-na-venezuela-poe-em-perigo-o-sustento-de-cuba/ Crise econômica na Venezuela põe em perigo o sustento de Cuba 2016-12-24
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