Brasil Cura de brasileiro não tem explicação na ciência, diz médico
Por Redação O Sul | 28 de dezembro de 2015
Após sofrer fortes dores de cabeça na viagem de lua de mel em Gramado, em dezembro de 2008, um engenheiro de Santos (SP), então com 35 anos, foi internado em coma com hidrocefalia (excesso de água) ocasionada por oito abscessos (inchaço por inflamação) no cérebro. Pouco antes da cirurgia, ele acordou sem nenhum sinal do que apresentava.
Esse é, de acordo com a confirmação do Vaticano, o segundo milagre de madre Teresa de Calcutá, que se tornará santa em 2016. Conforme a Igreja, a recuperação do engenheiro, que não teve o nome divulgado, coincidiu com o momento em que sua mulher intensificou as orações para madre Teresa, incentivada pelo padre Elmiran Ferreira Santos, devoto da religiosa albanesa morta em 1997. “Eu sentei com ela e rezamos juntos”, diz o pároco. Ele deu uma imagem e uma medalha da religiosa à mulher, que as colocou no travesseiro do marido no hospital.
“Sobrenatural.”
O neurocirurgião José Augusto Nasser, relator do processo que resultou no reconhecimento do milagre, disse que a cura do engenheiro “foi uma intervenção sobrenatural, com certeza”. “Era muito grave, só piorava. Parecia ter um diagnóstico vascular, depois descobriu-se que ele tinha um diagnóstico infeccioso. Estava com um quadro neurológico muito grave”, frisou Nasser, doutor em neurocirurgia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Em junho, o padre Caetano Rizzi, pároco em Santos, recebeu uma ligação do Vaticano. “Disseram que era em nome do papa Francisco. Assustei-me: o que será que tinha feito de errado para o papa me ligar?”, lembrou. Rizzi fora convocado para ser o promotor de uma espécie de tribunal, com provas e testemunhas, para analisar o milagre.
Depois do processo, um relatório foi enviado à Santa Sé confirmando o milagre. Comissões formadas por médicos e teólogos reconheceram, por unanimidade, segundo a paróquia, que a cura era inexplicável “à luz dos conhecimentos médicos atuais”. Foi o suficiente para que o Vaticano reconhecesse o milagre.
Nasser informou que o engenheiro, hoje com 42 anos, está curado e sem sequelas cognitivas. De acordo com a médica Monica Mazzurana, que também estudou o caso, ele possui certa dificuldade no andar, “percebida apenas quando o colocamos para caminhar descalço na ponta dos pés”, e um desvio estrábico “que só um olhar clínico pode reconhecer”.
O engenheiro foi aprovado em concurso público no ano seguinte à cura e, atualmente, mora no Rio de Janeiro com a mulher e dois filhos, nascidos depois do milagre. “Entendo que os filhos são o sinal concreto da confirmação dessa cura, dessa saúde”, afirma o padre Santos, devoto da futura Santa Teresa de Calcutá.
Canonização.
A canonização da beata Teresa de Calcutá será pública em fevereiro, durante o Consistório Ordinário, e ela será, de fato, feita santa em 4 de setembro de 2016, no âmbito do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia.
Madre Teresa nasceu em 1910 em Skopje, território albanês, atualmente capital da Macedônia, e morreu em 1997 em Calcutá, na Índia. Anjezë (Ines) Gonxhe Bojaxhiu recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979 por sua atuação missionária. A religiosa fundou sua própria congregação em 1950 e dedicou sua vida aos pobres e aos enfermos, principalmente em Calcutá.
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